Deparo-me com isto de manhã e penso que se calhar era de bom tom pôr aqui um poemazinho do Sá-Carneiro. É de bom tom.
Se o Almada se dedicou a fazer um retrato destes, eu também sou homem para dispensar um tempinho à procura dos poemas que mais gosto dele.
Calma, ei-lo:
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
O que sempre me fascinou em Sá- Carneiro foi a sua morte verdadeiramente poética, não só pelo suicídio, como pelo convite inocente e simpático que fez a José de Araújo para assistir à sua morte dolorosa. É poético e fica bem para a posterioridade.
Suicidou-se aos 26 anos e eu já conto com 25.
Felizmente não escrevo poesia.
Etiquetas: Poesia
Curioso , foi depois de ter largado esse , peguei outro que era "O Marinheiro Que Perdeu As Graças Do Mar" de Yukio Mishima. E para mim falavam do mesmo. E como morreu Yukio Mishima ? harakiri. Curioso sempre achei.