Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Ao Sá-Carneiro



Deparo-me com isto de manhã e penso que se calhar era de bom tom pôr aqui um poemazinho do Sá-Carneiro. É de bom tom.
Se o Almada se dedicou a fazer um retrato destes, eu também sou homem para dispensar um tempinho à procura dos poemas que mais gosto dele.
Calma, ei-lo:
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
O que sempre me fascinou em Sá- Carneiro foi a sua morte verdadeiramente poética, não só pelo suicídio, como pelo convite inocente e simpático que fez a José de Araújo para assistir à sua morte dolorosa. É poético e fica bem para a posterioridade.
Suicidou-se aos 26 anos e eu já conto com 25.
Felizmente não escrevo poesia.

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2 Comments:
Blogger Unknown escreveu razoavelmente...
Muito gosto de mario sá carneiro , a confissao de Lucio marcou-me de tal maneira , que nao pude deixar de comentar. Bem haja , ou houve.
Curioso , foi depois de ter largado esse , peguei outro que era "O Marinheiro Que Perdeu As Graças Do Mar" de Yukio Mishima. E para mim falavam do mesmo. E como morreu Yukio Mishima ? harakiri. Curioso sempre achei.

Blogger magnuspetrus escreveu razoavelmente...
Obrigado pela sugestão

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