Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Desconstruir de um mito ou então o seu mero reforçar
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
A Ecoar brevemente
Ainda nos tempos em que me questionava seriamente como é que Silvino, Veloso, Isaías, Mozer, Vítor Paneira e Kulkov levavam três sem resposta da Juventus em Turim, fui assistir a uma peça de teatro que despertou a minha mente cheia de ideais para o fantástico e relativamente inexplorado mundo dos bolsos.
De facto, Bertolt Brecht mandava fazer casacos onde o número de bolsos frequentemente subia acima das duas dezenas. Havia bolsos de vários tamanhos e com distintas finalidades. Tudo meticulosamente calculado e pensado ou não tivesse ele nascido num país que por duas vezes se reergueu dos escombros e que hoje ainda assume o papel de pulmão meio intoxicado da economia europeia.
Lembro-me de na altura ter ido imediatamente contar quantos bolsos tinha o meu casaco. 3. Que tão vulgar se tirarmos todos o simbolismo religioso a ele associado. Caramba, só três bolsos! Confesso que cheguei a baixar a cara numa quase vergonha de que o aparentemente imortal Brecht se risse na minha cara de podre desalmado cujo casaco tinha apenas 3 bolsos.
Seguiram-se tempos de genuína preocupação.
Cheguei a comprar calças com 7 bolsos, onde guardava as coisas mais impressionantes deste mundo: desde bolos a poemas arrancados à laia de rebeldia do livro de português, não esquecendo os inevitáveis bilhetinhos com intimações a encontros que acabaram por nunca se realizar.
Mas os bolsos dos casacos é que sempre exerceram um tremendo fascínio na minha pessoa.
Com o passar dos anos perdi a paranóia do número excessivo de bolsos para começar a alimentar a da utilidade dos mesmos.
Os papelinhos começaram a ser substituídos por recibos vários de cafés, transportes públicos, entradas em museus e monumentos, de restaurantes inesquecíveis que conseguiram fazer a minha felicidade durante um período de tempo considerável, uma ou outra moeda que sempre dará para novo café ou até mesmo uma nota que me colocará um sorriso de conquistador de novos mundos na cara.
Não consigo negar o prazer imenso que sinto ao reviver pequenos passos da minha vida quando visto um casaco e lá descubro restos de momentos vividos um pouco pelos últimos seis meses. Chego a ficar nostálgico, de sorriso perdido na cara. Os pensamentos transportam-me para uma qualquer outra realidade bem distinta desta. De certa maneira, costumo demorar imenso tempo a limpar os bolsos, a desfazer-me de pequenas memórias que se arriscam a desaparecer a qualquer momento, apenas pelo prazer de conseguir prolongar as coisas boas.
Afinal, a vida deveria estar cheia de bolsos por essas esquinas.

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Paulo Mendes Campos ou a descoberta de mais alguém
Há pessoas chatas.
Há pessoas que têm ideias infelizes e não hesitam em partilhá-las com o resto da humanidade (lembro-me vagamente de alguns ditadores).
Há pessoas que não me deixam dormir.
Há pessoas que me acordam. Me despertam a meio do dia fazendo-me deixar fugir os meus pensamentos.
Mas também há aquelas que nos invadem o íntimo citando escritores como as testemunhas de Jeová citam a bíblia.
Pois no outro dia apanharam-me de faca na mão a desfazer um frango para logo o rechear com mel e pimenta quando me leram isto.
Caramba, pensei. Há que ter coragem.
Obrigado Jairo!

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Ainda não (acho)
Eis que, 17 dias, uma pequena cirurgia, quase 2000km e poucas horas de sono depois, este blogue regressa à actividade.
De forma meio manca, como convém e vem descrito nos livros da especialidade.
A culpa vem toda desta senhora, que me intimidou a continuar este blogue sob pena de se abater sobre mim uma fúria divina que iria durar 40 dias e 40 noites.
Imune à brilhante argumentação do Richard Dawkins para me converter em algo mais do que um mero cristão civilizado, temi. Assim, e só assim resolvi regressar.
Que nunca nos falte o vinho.

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sábado, 9 de janeiro de 2010
O que vos pode acontecer se lerem este blogue
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
A juntar
Acho que o post anterior fica impressionantemente mais completo com um dos meus traumas da adolescência que ainda hoje me acompanha.
Ai se eu soubesse o que sei hoje:

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Cuentame un cuento, y verás que contento
Como sabe bem a seguir ao almoço...


Una anciana barría su casita, se encontró un centimito y se fue al bar a tomarse una cerveza.

-¿Adónde vas, abuela, con un centimito? Con eso no te doy ni los buenos días –le dijo el camarero.
-¡Válgame el señor!

Entró en un supermercado y cogió una tableta de chocolate blanco. Ella leyó “blando” y lo eligió porque tenía los dientes como la vista.
-¿Adónde vas, abuela, con un centimito? Con eso no te alcanza ni para los buenos días –le dijo la cajera.
-¡Válgame el señor!

Pasó por la puerta del cine y quiso entrar.
-¿Adónde va usted, abuela? ¡Circule, circule!
-¡Válgame el señor! –dijo la abuela-. Ni los buenos días...

-Buenos días –dijo la voz de un señor que se quitaba el sombrero.
En el sombrero echó la anciana el céntimo
-No es menester –dijo el anciano y se lo devolvió poniendo en la mano de ella su mano cálida-. ¿Quiere usted venir conmigo? –continuó.
-No, prefiero acompañarle -respondió ella. Y los ancianos y el centimito terminaron en un parque que tenía una fuente con dos patos y de espaldas lo lanzaron deseando estar juntos para siempre y lo lograron porque, aunque era solo un centimito, la vida que les quedaba era poca y les alcanzó.

Pablo Albo

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Feliz Ano Novo
Mandam as regras que se deseje bom ano a todas as pessoas com quem nos cruzamos e conhecemos minimamente.
Pois confesso que, para além do habitual proforma, não me encontro capaz de produzir mais nenhuma consideração sobre o ano que agora começou.
Que cheguem vivos ao final deste e que não se esqueçam de pagar os vossos impostos, que isto com as finanças não se brinca.
Isto passarei a responder a todos os que me interpelarem com sorrisos idiotas.
Considerem-se avisados

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
O senhor que se segue
Hihera.com