Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Qualquer dia não terei espaço para agradecimentos
Nada como o sentir-me de férias para me deleitar com nova descoberta de autor.
Depois de altamente referenciado, as expectativas iniciais foram superadas numa introdução brutal e leitura deliciada dos dois primeiros capítulos enquanto degustava um pão com manteiga e chourição.
Os próximos tempos prometem ser de profunda introspecção e tentar refundamentar as estranhas razões que me fazem gostar deste país onde vivo.
Apesar de tudo.

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quinta-feira, 30 de julho de 2009
É cada vez menos assim
ou então que o digam os novos yuppies literárions por esse mundo fora:

Está bien leer mucho (...) pero observar las personas le sirve más a un escritor que la lectura de los mejores libros. La cantina, la calle, las oficinas públicas rebosan de estímulos literarios."

Algures para a página 58 do Monterroso que ando a ler.

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Livro da Semana

Não consigo deixar de gostar de Welsh.

É um vício (será esta a palavra apropriada??) mesmo quando o receio da desilusão é um fantasma enorme que me assombra diariamente.

O que é que aconteceu aos amiguinhos que o Renton enganou no final do Trainspotting?

É uma dúvida legítima, acho eu.

É claro que depois da forma "impactante" como o supracitado livro me bateu, tinha algum receio de ficar desiludido e foi mesmo com algum medo que peguei em Porno.

Tirando o facto de ser alvo de olhares maliciosos por parte de pessoas ignorantes enquanto caminhava de mão dada com ele, o livro acabou por ser uma verdadeira lufada de ar fresco, quase me fazendo sentir em férias (não confundir com silly season).

Foi bom, refrescante, uma verdadeira lição de como a linguagem coloquial pode servir aliteratura e de como o retrato de uma geração evolui, evitando brilhantemente o cair em passadismos ou revivalismos.

Andei feliz durante a última semana na companhia de Sick Boy, Spud, Renton e Franco Begbie.

Obrigado rapaziada!


9/10

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quarta-feira, 29 de julho de 2009
Rescalda-te
No dia em que aVisão apresenta uma reportagem do festival de Sines, aproveito para narrar com a minha conhecida frieza um episódio marcante da minha existência naqueles dois/três dias.
Estando eu em clara falta de sono num café a devorar o que me restava do Porno do Welsh, fui abordando por un indivíduo de unhas tão encardidas quanto o cabelo, sobre o que estaria a ler.
- Man, isso é indecente! A leres porno a estas horas... aqui num café com criancinhas e velhotes.
Num considerável esforço para não lhe responder mal, respondo de forma quase humana:
- É o seguimento do Trainspotting. Conheces?
- Ya, é uma cena bué de antiga. Um filme, man.
Respondo com silêncio.
- Agora ando a dar numa da abstinência (qual é a parte do silêncio que aquela boa alma jeová não percebeu?)
- Seria muito mais feliz se não soubesse os teus problemas - respondo, com alguma irritação a espelhar-se no meu rosto e a repercutir-se na minha voz.
- Yo, 'tava numa da partilha.
-Tens aí tantos amigos para partilhar - neste momento encontro-me trucidantemente desapacientado.
- Mas quero partilhar contigo, man...
Baixo definitivamente a cabeça, oferecendo-lhe o meu melhor desprezo. Houve então um silêncio de cariz divino durante cerca de três minutos. Agradeci a todos os santos que consigo nomear a fenomenal capacidade mental de que dotaram aquela criatura quando sou novamente interrompido:
- Man, não era, tipo, pa te chateares, que aqui o people tá todo na boa. Percebes?
Embora não lhe tenha respondido, tomei nota de que deverei começar a andar provido de uma típica navalhinha alentejana de arrancar a tripa para evitar situações de people que tá na boa. Percebi, meu amigo. Ah pois percebi.

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segunda-feira, 27 de julho de 2009
Porque vale a pena ler Quino em tardes longas
Caso contrário não sei se me arriscaria a travar conhecimento com David Hockney

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Mas que fome é esta que me consome?

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Sobrevivência
Depois de conseguir enfrentar o facto de que o meu corpo sobreviveu a inúmeros e inenarráveis desafios (sobretudo o da paciência - onde está a minha verve à la Cormac McCarthy?), sinto-me um pequeno super-farrapo da existência humana.
Férias procuram-se de forma a conseguir regressar a qualquer coisa que seja aceitável/tolerável/nenhuma das anteriores(?) pelas normas da UE.
A todos os que assistiram à mutilação de um dedo e oferta de uma caipirinha vermelha como sinal de revolta para com tal bebida, agradeço a mais sincera compreensão.

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sexta-feira, 24 de julho de 2009
Mas quem, digam-me, está a trabalhar já a pensar em mais trabalho?
Oh como sinto o tempo a fugir que nem um besouro alado pelos campos floridos da Avenida de Berna...
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Livro da Semana

Há um famoso texto de Luiz Pachecoque se chama: Descobri um escritor.

Na altura referia-se a Pedro Paixão, que mais tarde veio a definir como um escritor razoável.

Mas esta introdução serve apenas para dizer que na última semana descobri dois escritores. Um deles está no post anterior, o outro foi Lázaro Covadlo.

No seguimento de uma futura crítica neste site, foi-me enviado um livro do escritor argentino para apreciação.

Buracos Negros é um conjunto de contos fabulosos onde o sarcasmo e a mais refinada ironia se conjungam fazendo-nos lembrar de imediato de Boris Vian e Max Aub.

Mas que bons que são os contos... Com que estranha alegria dei comigo a devorá-los de forma intensa e deliciada, chegando ao final de cada um com a dúvida quase existencial de: o que é que será que me espera a seguir?

Para além do autor descobri, ainda, uma daquelas novas editoras, desconhecidas para a maioria do público, e que é a Livros de Areia , de Viana do Castelo.

Como única falha aponto apenas a tradução, onde há expressões espanholas traduzidas directamente para o português, criando efeitos bem estranhos e que, obviamente, não resultam para o leitor.

De resto, descobri um autor, ah pois descobri.



8/10

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quarta-feira, 22 de julho de 2009
Estes Augustos dão-me cabo da cabeça
Há pessoas que deveriam ter uma maior consciência da vida e das limitações das pessoas que conhecem.
Eu sou uma pessoa limitada, fraca e, até certo ponto, doente.
Quem me apresenta autores como Augusto Monterroso não tem coração, nem piedade, nem outras coisas.
E agora? Fico a sofrer de desejo, doente desta minha alma por não conseguir arranjar mais tempo que me permita apenas ler o que acho fabuloso.
Por estas e por outras é que evito confraternizar com animais marítimos como cachalotes, estrelas do mar, conquilhas e outros que tais...
Ora vejam lá:

—Es cierto —dijo mecánicamente el hombre, sin quitar la vista de las llamas que ardían en la chimenea aquella noche de invierno—; en el Paraíso hay amigos, música, algunos libros; lo único malo de irse al Cielo es que allí el cielo no se ve.

Hubo una vez un Rayo que cayó dos veces en el mismo sitio; pero encontró que ya la primera había hecho suficiente daño, que ya no era necesario, y se deprimió mucho.

Ou então a colectânea completa aqui

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Eu e o FMM
Ao fim de intricadas negociações, o FM de Sines consegui acertar termos com uma das grandes vedetas da actualidade: EU.
Andarei num bar a vender cerveja como quem vende livros (de forma dissimulada e a dizer que faz bem à saúde).
O Festival só terá a ganhar.
Seguramente.

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terça-feira, 21 de julho de 2009
Há ressacas e ressacas
Ainda não foi ontem que recuperei a vida normal.
A razão prende-se com isto

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segunda-feira, 20 de julho de 2009
É hoje ou aviso à navegação
Quando o não sono é perturbado por pensamentos tenebrosamente vivos, o resultado costuma ser tão tenso quanto o Médio Oriente ou os Balcãs. E quando este se mistura com os nervos que sempre me atacam antes das apresentações onde as minhas exigências pessoais excedem e extrapulam as do mortal comum, nem queiram saber (respira, vá, respira).
Aviso, pois, todos os que se me atravessarem a terem cuidado. Muito cuidado.
Este aviso estende-se aos senhores a serem apresentados.

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domingo, 19 de julho de 2009
Será que eu li estas coisas dos 15 aos 18?
Depois da verdadeira paranóia que tomou conta dos mais diversos níveis de ensino, eis que agora esta se pode alargar livremente ao secundário.
Temos portanto, vários motivos de orgulho nesta nação e assim continuaremos a caminhar de cabeça erguida, de forma a bem aproveitar a luz do sol para não se perder pitada de Uma Abelha na Chuva ou da Casa Grande de Romarigães

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Noites de insónia resultam nestas coisas
Depois da leitura deliciada da Antologia do Humor Português aqui há uns tempos, eis que me deparo de forma mais ou menos acidental com isto, não tendo eu qualquer tipo de pudor em partilhá-lo para com o resto da comunidade virtual:

Os Cem Melhores Contos de Humor Da Literatura Universal

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sexta-feira, 17 de julho de 2009
Livro da Semana

Tendo em conta o facto de que já não escrevia esta rubrica há algum tempo (l'étude oblie), acho que um dia de atraso não fará particular mal.
Entre a esplanada que encara a Biblioteca da Faculdade de Letras, o 222 e a minha cozinha despachei o mais recente livro de Agualusa.
Se os anteriores tiveram direito a tremendo destaque neste mesmo blogue este último não falhará a linhagem.
Que dizer mais?
Que me confesso apaixonado pela sua escrita? Pela forma como as ideias vão sendo apresentadas ao leitor? A forma como domina a linguagem, rivalizando com o controlo de bola do Messi?
Neste Barroco Tropical tenho ainda que destacar o fascínio que o tema me desperta.
Angola. Não a Angola mítica do tempo colonial, mas a Angola da pós-euforia derivada do crescimento económico desmesurado, onde as pessoas e prédios reflectem um mundo decadente e fragmentado.
A variação depersonagens é disso mesmo espelho.
Mas gostei. Muito.
Será o meu preferido?
Tenho dúvidas, mas que gostei, que me deleitei, que passei maravilhosos momentos com ele na mão (será que isto soa bem?).
E assim espero que todos os leitores deste blogue o façam.
9/10

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O senhor que se segue

É oficial que não aguento muito tempo longe dele

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First Flush, sff
O meu consumo de chá encontrou finalmente uma razão de ser:
graças a uma singela indicação, desloquei-me algo desconfiadamente a uma loja de chás. É boa, asseguraram-me.
Embora já tivesse tido um primeiro contacto indirecto através do consumo (deleitoso, de resto) de um pu-erh exótico, nada como ir, ver, sentir, escolher e ansiar por um regresso caseiro para aumentar o consumo.
Sei que esta estória, para ter algum interesse, deveria estar recheada de pequenas peculariedades que a tornariam em algo único, cheio de pura adrenalina, capaz de mudar a nossa vida de forma súbita e atroz, mas não.
Lamento.
O aumento considerável de prazer gustativo na minha vida conduziu-me a este estado de sem graça e quase (aparente) paz.

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quarta-feira, 15 de julho de 2009
Pequenos relatos de regresso
A fim de encarnar definitivamente esta minha nova dimensão humana de viver no Portugal Profundo, como tão carinhosamente foi apelidada a terra que me alberga há coisa de 4 anos, resolvi começar a cometer actos ilegais como ir comprar fruta à beira da estrada (a penúria em que uma casa abandonada durante 10 dias se encontrava obrigou-me a tamanha infracção da conduta civil).
Pois estava eu entre as melancias, qual García Lorca em Ginsberg, quando se dá uma paragem brusca por entre a terra batida. Elogio mentalmente a bravura dos condutores porutgueses e deparo-me com uma magnífica cena em que o dono (caso não fosse roubada) da viatura ameaça o senhor da tabanca com um melão podre pela cabeça.
Aprecio a cena, sorrio e escolho uma melancia de boa tonalidade, cheiro e textura.
Pago e sigo a minha vida perante a indignação dos transeuntes (sim, no alentejo há transeuntes em todo o lado).
Contente com esta demonstração de bela humanidade, regresso ao meu lar satisfeito e regalado.

Já hoje, estava eu na minha tarefa de contador de jardim (fotos surgirão em breve no blog da biblioteca) quando fui abordado (para não dizer atacado) por uma das receitas que mais ansiava: a pasta de caril. De logo a partilhei (que mal soa esta frase, mas sou assim mesmo trapalhão) com a minha moleskine e encontro-me presentemente em plena actividade de regozijo perante tamanha degustação, já devidamente adulterada.
A todos os que me invejarem, terão que comparecer em minha casa munidos de uma caixa do branco da Comporta 2008 já devidamente resfrecada.
O meu muito obrigado.

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terça-feira, 14 de julho de 2009
Soubera eu escrever e faria algo assim
Noche tras noche me resistía a mirar en dirección a la ventana. Nunca apagaba la luz, y detrás de aquel vidrio la oscuridad exterior era un telón negro. Cerraba los párpados e intentaba dormir, y en tanto no llegaba el sueño yo rezaba. Le suplicaba a Dios no estar despierto cuando llegara el momento. ¡Cómo me costaba sustraerme a la vigilia y encontrar refugio en la inconsciencia del sueño más profundo! Muchas noches de invierno sentía por allá afuera, girando alrededor de la casa, la queja del viento. En ocasiones me daba por imaginar que el viento penaba por su propio desamparo, por no serle permitida la entrada a los hogares. Daba por seguro que de noche, cualquier ser, objeto o elemento que estuviese a la intemperie debía de vivir atormentado: de noche el mundo externo era un terrible abismo. En cambio, ¡era tan cálido mi cuarto! En las paredes, de color azul celeste, mamá había pintado conejitos, jirafas y elefantes. El cielo raso también era de color azul, aunque era un azul más luminoso. Paseaba mis ojos por aquellas superficies amables y me empeñaba en apartarlos de la negrura de la ventana desprovista de cortinas. Me abrazaba a mi osito tibio peludo y gordinflón, y entonces él y yo nos sumergíamos en el amigable mundo que hay debajo de las mantas, pero al cabo de un tiempo sacaba la cabeza y no podía evitar que mis ojos se fijaran en la ventana; entonces veía ese rostro que cada noche asomaba desde un ángulo y se ponía a espiar. Era una visión fugaz, pues el mirón, al sentirse descubierto, rápidamente volvía a esconderse entre las sombras del abismo. Sin embargo, aun cuando no alcanzaba a descubrir su identidad, no podía dejar de ver el brillo ansioso de sus ojos acechantes. Algunas veces también creí ver su brazo, y su puño sosteniendo el relámpago de una hoja de metal. Las primeras noches grité y reclamé la presencia de mi madre, pero dejé de hacerlo al cabo de muchas reprimendas. Ella amenazó con apagar la luz si insistía en inventar historias; eso fue lo que dijo. Si alguna vez hubo algo o alguien allí afuera yo lo esperé en vano, pues pasaron los años y nunca vino a por mí. Terminé convenciéndome de que lo que había creído ver no existía fuera de mi imaginación. Después me hice adulto y enfilé por los carriles trazados para nuestra especie: me casé y tuve un hijo. Mi hijo también empezó a ver cada noche el rostro del espía tras los cristales de su ventana. Cierto atardecer salí de casa y quedé a la espera. El puñal que llevaba conmigo daría cuenta de cualquiera que se dedicara a asustar a mi niño. Pasaron las horas y al final me asomé a la ventana del cuarto iluminado. Era enternecedor ver a mi hijo abrazado a su osito de peluche. De pronto sus ojos se encontraron con los míos, y antes de que pudiera esconderme, en los suyos alcancé a descubrir el terror.
Lázaro Covadlo

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segunda-feira, 13 de julho de 2009
Faz tempo que não me ria assim...



ou tenho a sensação de que isto já quase me aconteceu em Lisboa

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sábado, 11 de julho de 2009
Back
Eis que ao fim de 10 dias Lisboetas repartidos entre a Rua das Picoas, o 222 e a FCSH, retorno agora ao Alentejo numa clara tentativa de fazer o desmame de junk food.
Há boas perspectivas de o conseguir fazer ainda a tempo de voltar a ser uma pessoa normal.
A todos os que sofreram com a alteração do meu estado, aqui fica o meu sentido agradecimento pela paciência i tot més.
Sobretudo a esta senhora

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quinta-feira, 9 de julho de 2009
Rever amigos da adolescência tem disto...
quarta-feira, 8 de julho de 2009
É uma para aqui, se faz favor
A blogoesfera poderá ter ficado estranhamente mais rica ontem à noite...
Qualquer influência minha neste súbito enriquecer ter-se-à devido aos simpáticos senhores que resolveram lavar a rua das Picoas em geral e o carro de um deles em particular e à consequente insónia que me provocaram.
Se os virem por aí, não hesitem em espetar-lhes um valente murro nariz dentro, tal como se fossem eu.
Obrigado.

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terça-feira, 7 de julho de 2009
Sucinta manhã de estudo
Acordar.
Café.
Pequeno-Almoço.
Acordar realmente.
Nada como quebrar a rotina matinal e ler um texto a atirar para o ordinarote do João Pereira Coutinho.
Regressar à deglutação de termos económicos.
Deprimir-me.
Ansiar por mais café.
Revoltar-me.
Sonhar com o texto do João Pereira Coutinho.
Regressar ao estudo.
Pensar no almoço.
Estudo.
Break-even point.
Turnover.
Outros termos bem parvos que até tenho medo de reproduzir.
Vou almoçar.


Quem se quiser juntar a mim nesta rotina, saiba que, mediante pagamento prévio em bolas de sabão, será muito bem-vind@ (sempre achei esta coisa da arroba tão piros@)

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domingo, 5 de julho de 2009
Há dias em que me sinto assim, ou ainda bem que não tirei direito

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quinta-feira, 2 de julho de 2009
O senhor que se segue
Hihera.com