«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Amy Winehouse
Confesso que quase sempre sinto uma certa aversão a todos os proclamados êxitos e que em relação à música essa aversão é ainda mais forte. Contudo, andava eu ontem pela FNAC do Chiado a preencher o tempo que me separava de ter um novo BI, quando dei por mim a ouvir o DVD da Amy Winehouse ao vivo não sei onde em Londres. Um ambiente formal que mais sugeria uma outra época, com músicos vestidos como já não se vê e uma voz impressionante. Cedi quase imediatamente à tentação e não fosse ter na minha mão direita o Primo Levi e um recibo do Arquivo de Identificação do Areeiro, acho que não teria resistido a ali passar o resto da tarde. Mas a burocracia chamou-me e lá parti eu rumo ao Areeiro e deixei a Amy a cantar para todos os transeuntes. Hoje, no sossego e bucolia do Alentejo deixo-me ir nas ondas das suas músicas, das quais destaco uma das mais conhecidas de modo a que os leitores deste blogue se sintam identificados com qualquer coisa (acredito piamente que há uma justificação psicanalítica para isto).