Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
A ditadura dos peditórios
Ontem, enquanto estava por aqui a fazer uma pesquisa mais ou menos exaustiva sobre as desventuras de um tal Ludwig Wittgenstein (não me peçam, por favor, para voltar a escrever o seu nome sem gralhas), pedem-me dinheiro.
Porquê, perguntei justamente.
Foi aquela brasileira, a que morreu. Para ser enterrada no Brasil.
Não dou, respondi de acordo com as minhas convicções. Escândalo. Recebi, de imediato, diversos olhares reprovadores, obrigando-me a explicar o porquê desta minha nega. Como sou a favor do esclarecimento público das ideias, cedo comecei por dizer que quem não tem dinheiro não tem manias, que achava um absurdo gastarem-se 5000€ num morto (ou numa morta, no referido caso) e que se afamília assim fizesse tanta questão, que a viesse cá buscar, já que por mim, a enterrava aí num quintal qualquer.
Apelidaram-me de racista.
Consciente de que há brasileiros bem mais arianos do que eu, expliquei que quando morresse queria apenas o simples indispensável de acordo com os pressupostos da ASAE e que mada igual (desculpem a expressão espanhola, mas aqui é a que melhor se adequa) onde fosse enterrado. Ainda deixei mais algumas notas de indignação em relação ao rito da morte nos países latinos e da forma como isso é explorado até ao exagero e a sua consequente exploração comercial. Que é algo que me mete nojo, aliás.
Uma por uma, as pessoas abandonaram o local onde me encontrava de maneira que me pude concentrar a tempo inteiro na paulada fatal que Wittgenstein mandou num aluno.

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3 Comments:
Blogger La queue bleue escreveu razoavelmente...
Imagino que querias dizer "me da igual" em espanhol(dá-me igual, é-me igual, tanto me faz).

Blogger magnuspetrus escreveu razoavelmente...
Por acaso aqui até a empreguei com o propósito de criar aquele som estranho de traduzir à letra de forma a causar alguma estranheza ao leitor. Vale?

Blogger La queue bleue escreveu razoavelmente...
Não, não vale. Não traduziste nada à letra, só tentaste (imagino) reproduzir como soa para um ouvinte português. Mas, em qualquer caso, o 'e' não soa como um 'a' vosso, mesmo que átono (a não ser que estivesses a reproduzir o sotaque espanhol dalgum local do sudeste peninsular, por exemplo, a região de Murcia). Mas não tem qualquer importância, é igual, dá-me igual e tanto me faz.

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