Sendo certo que sempre há um certo fascínio ler as impressões de um estrangeiro sobre o nosso país, quando estas são feitas com imensa mestria, o fascínio só pode ser maior.
Aliando uma interpretação bastante perspicaz da alma portuguesa a um "policial" a revelar algumas influências de Carlos Ruiz Zaffon e o seu famoso Sombra do Vento, Pascal Mercier revela-nos no seu terceiro romance (primeiro a ser publicado em Portugal), uma invulgar capacidade narrativa, capaz de surpreender os seus leitores.
Contudo, há uma certa desilusão em relação ao avanço da estória, capaz de nos fazer perder o interesse e o tal fascínio inicial.
Apenas como exemplo, a ida à Galiza, já muito perto do final da narrativa cheira a "encher chouriços" (expressão esta pela qual sempre nutri um enorme carinho, tal é a minha devoção em relação a essa tão estimada arte).
Mas é um bom livro e acho que aconselho (embora não de forma muito viva ou entusiasta) a sua leitura.
7/10
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