Tenho sempre dúvidas de cariz praticamente existencial antes de começar a ler o que quer que seja do mencionado senhor.
Porquê?, perguntarão. - Não saberás tu que é ele o primeiro (e até ao momento único Nobel da literatura em Português?
Pois não sei eu outra coisa e é esse mesmo o principal motivo do meu receio.
Apesar da eterna polémica (que já cheira quase tão mal como esta estória da crise) da forma como dispõe o seu texto pelas imaculadas folhas e que afasta tanta gente (será assim tanta?), até o tenho em boa conta literária. E é com medo de perder este fascínio eadmiração que sempre receio ler o seu mais recente trabalho. Este foi ainda mais complicado devido ao período de doença que tinha acabado de atravessar e confesso que duvidei da extensão dos estragos (repare-se como sou uma pessoa extremamente honesta ao confessar os meus mais profundos receios). Quer dizer, não duvidei da extensão mas sim de como os mesmos teriam afectado asua capacidade, entenda-se.
Claro está que neste momento a curiosidade relativamente à minha opinião final em relação às consequências da doença será tida como interessante ( assim espero eu, pois não estive a ocupar espaço no blogger por nada).
Se estão à espera da apocalíptica visão do mundo graças a um qualquer acontecimento simbólico, desenganem-se, pois aqui não há nada disso.
Por outro lado, essa minha muito pessoal expectativa foi compensada com um humor sarcástico ainda mais refinado (talvez mais evidente) e constante em alguns episódios onde não poderia faltar a deliciosa amargura a que já nos tem habituado. Fico bem disposto só de pensar nelas...
Se bem que bom, não é fabuloso, pelo que não vos exortarei de forma veemente a lerem-no de forma apoderem salvar as vossas vidas do cruel fogo do inferno literário.
7/10
Etiquetas: Livro da Semana
Bom fim-de-semana.
Bom fim de semana para ti também