Que chatice!
Regressam os livros infantis a ocupar este espaço, mas isto de ter uma profissão ligada a estas coisas faz-me sentir uma imensa vontade em partilhar com o resto da humanidade que aqui vem parar por mero acaso este meu crescente fascínio.
Mas poupo-vos ao imeritório esforço de ler sermões sem noção absolutamente nenhuma de ritmo e outras coisas importantes para a construção do mesmo.
A coisa que mais dói no mundo é a feliz adaptação de Paco Liván de um fabuloso conto africano originário da Costa do Marfim e que cumpre praticamente todos os cânones da literatura tradicional africana.
Desde a forma como é discutido um dos grandes temas do existencialismo e a forma cruel como a lebre defende a sua teoria não nos deixa de espantar e de nos incomodar (como quase toda a realidade africana, de resto).
As ilustrações são do fabuloso Roger Olmos que desde o Tio Lobo tem um cantinho no meu mundo de admirações só para ele . Gosto particularmente do facto de ele ir buscar acabra da Cabra Tonta e pô-la no meio deste livro. Pormenores, dirão.
Mas são pormenores como este que fazem com que o meu fascínio não cesse e recomende a sua leitura atenta a maiores de 18.
Sim, leram bem: maiores de 18.
8/10
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