Depois de ter sido proclamado aos sete ventos como a grande revelação do Correntes D'Escritas deste ano, e no seguimento da minha descoberta/fascínio da literatura brasileira, João Paulo Cuenca tinha tudo para ser a minha nova descoberta.
E foi.
Em certa medida, apenas.
Se calhar criei demasiadas expectativas, mas o meu ler deliciado não fez com que fosse capaz de recomendar o livro a alguém que pura e simplesmente leia por prazer e não por doença, como é o meu triste caso.
Que dizer então do livro?
Que será o relato da vida dos novos beats brasileiros, yuppies (ou filhos deles) que encontraram na escrita uma forma clara de expor os seus hábitos, tão distintos dos do mais comum dos mortais.
O termo undergound está cada vez mais associado às classes mais altas (belo contrasenso, ou não) e assim se afirma enquanto uma cultura de elites.
Felizmente que em Portugal ainda temos uma larga mediania (não interpretem isto como algo meramente depreciativo, mas revelador de uma sociedade minimamente equilibrada - por quanto tempo?) e estas coisas ainda saiem a público e é possível eu ler tal autor na profunda província onde vivo.
7/10
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