Depois de ter ouvido Marçal Grilo tecer rasgados elogios ao mais recente livro de Naipaul, confesso que temi. Receei mesmo ler o 1º de Naipaul de que não gostase.
Mesmo assim, e vencido o drama (trauma soará melhor neste contexto, mas coíbo-me de o escrever), lá resolvi atacar de forma impiedosa num dia dedicado a viagens nos mais diversos transportes públicos (comboio, táxi, avião, metro, comboio e táxi num total de 7 horas).
Terminei-o no final do dia, enquanto bebericava uma cañita e devorava uma deliciosa morcilla numa noite de 35º.
Se gostei?
Acho que não consigo não gostar de Naipaul, mas desiludiu-me.
Foi o pior (para mim) até agora.
Será da idade?
Será do calor?
Será do contexto?
Terá sido das viagens?
Da expectativa terá sido. Isso eu sei. Os meus padrões encontravam-se num estado consideravelmente alto (sobretudo depois de Uma Vida pela Metade e d'A Curva do Rio) e não consigo esconder a minha desilusão.
Achei o retrato da Índia pouco poderoso e demasiado centrado em questões filosóficas de há uns anos atrás e não naquilo que será a Índia actual e as preocupações dos indianos.
Se calhar preciso decrescer ainda um pouco mais enquanto leitor para sentir genuíno prazer ao ler Sementes Mágicas.
Mas por agora não fui capaz.
5/10
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