Não sou eu quem o diz. É o João Pereira Coutinho. E embora não goste de concordar abertamente com ninguém, assinto concordar com ele com um leve anuir de cabeça, daqueles que ninguém repara.
Isto vem, nada mais nada menos, ao encontro dessa ânsia natural no ser humano que é a de se exibir perante os que estão hierarquicamente superiores, mesmo que isso resulte em nada.
Hoje, com o natural receio de ver definhar as últimas páginas de um Tristano moribundo na hora de almoço, requisitei o já anunciado Elogio da Intolerância. Gesto simples, prático, feito em regime exclusivo de self-service como cabe aos da casa.
A chefe repara no livro e lança um comentário de "vais ler isso", consciente de que fui eu quem semi-implorei para fazer a compra.
Pois, respondi.
- O livro é giro - responde a
tal técnica que não nunca faz nada (repare-se na dupla negativa para enfatizar a carga prejurativa. Repare-se na concordância matemática de se apresentarem 3 negativas e de o valor final ser, obviamente negativo).
GIRO??
Giro sou eu quando me vejo de manhã ao espelho. Já agora porque não fofinho? Será que se enquadram na problemática existencial da classificação semiótica dos ensaios filosóficos e outros?
Não sei.
Contudo, queria deixar uma boa notícia, daquelas que já não se costumam ver por aí:
Eu fico alegre e continuo a sobreviver até ao dia do julgamento final.
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