Num projecto de leitura que tenho estado a orientar numa turma de 1º ciclo (6 a 8 anos) resolvi abordar os Direitos Inalienáveis do Leitor de Daniel Pennac.
Estarei eu louco ou apenas a condenar toda uma geração à eterna infelicidade literária?
Não julguei que não me questionei isto mesmo vezes e vezes sem conta.
Convicto, decidi avançar.
Hoje dei os primeiros dois: O direito de não ler e o de saltar páginas. Explicações, mais explicações, conceitos abstractos, putos a pensarem na morte da bezerra e a desejarem inconscientemente que me caísse uma toupeira em cima.
No fim da "aula" e depois do início de um livro em versão folhetim do século XIX, eis que chega um miúdo ao pé de mim e confessa-me com ar sábio:
- Pedro, tens que dizer àquele senhor francês dos direitos, que há mais um: o direito de pensar no que vai acontecer a seguir.
Fiquei parvo (mais ainda).
Neste preciso momento em que vos escrevo devo estar mais ansioso pela aula da próxima semana do que muitos deles.
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