"Aquilo não tinha assim muita maldade, mas um dos poemas fez-me ir à Censura. Chamava-se «Leitaria» e tem um verso mais ou menos assim: «Amanhã há bola, Madame Blanche e parola.» Fui avisado de que não podia pôr aquilo assim. Na edição saiu: «Amanhã há bola, bolas de berlim e parola.», ou qualquer coisa parecida...
Eles embirraram com que palavra exactamente?
Com «Madame Blanche». Sabe o que era? Vocês não sabem nada! Havia em Lisboa duas casas afamadas de broches, onde isso era a especialidade da casa: a Madame Blanche, na Rua da Memória, e a Eva, no Largo da Misericórida, lá num terceiro andar. Eu disse ao Mário: « Tens que mudar isso, que nós não vamos arriscar o livro por causa de uma palavra que nem é muito importante.»
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