Por mais que leia, há sempre coisas para as quais nunca conseguirei estar preparado.
Embora pudesse estar a falar do Ulisses do Joyce, refiro-me mesmo a algumas condicionantes da língua brasileira no meu cérebro.
Se acham que me vou esticar em considerações quase xenófabas, desenganem-se. Passarei deforma crua a uma breve exposição da realidade.
Cenário: de manhã. O chá ferve , contrapondo o seu vapor com as nuvens que se formam por trás da Serra da Penha (que bonito, que poético, que sei lá!!). Eu encontro-me meio espantado com o facto de me ter conseguido levantar e possuir discernimento suficiente para conseguir eleger um chá que me faça despertar completamente. Pedo na Adriana Lisboa (salvo seja) e começo a ler:
"Um dos filmes era
O poderoso chefão (que filme será?, penso eu. Tenho uma leve suspeita, mas não, não poderá ser. Deve ser uma qualquer coisa brasileira.. ). Haruki ( o Murakami?) começou a assistir, era a quarta ou quinta vez vez que assistia àquele filme. Mas voltou a se impressionar quando o produtor de cinema acordou com a cabeça decepada do cavalo (ah?, mas ca porra? Nã tô em crer - expressão tipicamente alentejana que já demonstra uma certa aculturação da minha parte) em sua cama, aquele recado eloqüente (boa!, consegui pôr o trema) de Don Vito Corleone.
Como bem vêem as minhas piores expectativas confirmaram-se: Aquilo sempre era o Padrinho. Godfather = Padrinho, certo? Poderoso Chefão? Isso era o Franco, ou quanto muito o Bill Gates.
Não haverá padrinhos no Brasil? Ou é isso uma instituição tão temida e sacra que não pode ver o seu nome associado a um dos melhores filmes do século XX?
Dou-vos a bondade de tirarem as conclusões que quiserem.
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