Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Ainda sobre o Maugham para o jornal local

Quem é que nunca leu O Fio da Navalha? Vá, levantem lá a mão quem nunca o leu. Não tenham vergonha. Façam-no lá. Sim, podem olhar em volta para se assegurarem que ninguém vos vê e que assim não caiem no ridículo.

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

Peço desculpa, mas não consegui resistir a um pequeno aparte pessoano. Foi mais forte do que eu. É sempre, aliás.

Confesso que até há bem pouco tempo atrás nunca eu o tinha lido, aproveitando agora este espaço privilegiado para expiar esse meu pecado e agradecer à tremenda persistência (coisa pouca de uns seis anos) de um grande amigo scalabitano para o ler.

Inevitavelmente, ele esteve presente em cada palavra, em cada momento da minha leitura. E no fundo o livro é isso mesmo: relações entre pessoas, situações sociais e sobretudo o enorme e quase indescritível prazer de viver, sempre condicionado pelas nossas escolhas pessoais.

Grande parte do fascínio da obra reside nisso mesmo: Larry, um americano que vive na Europa graças a uma avantajada “renda”, decide renegar o destino que a sociedade lhe reserva, fazendo-nos questionar constantemente sobre o rumo que damos à nossa própria vida.

Publicado em 1944 por um espião britânico, O Fio da Navalha só é um dos romances mais influentes do século XX.

E poderia não ser?

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