Numa acção de formação que se desenrolou por estas terras alentejanas, deparei-me com um professor da zona de Viseu a atacar professoras, educadoras (eu era o único
especimen masculino na sala) e funcionários das bibliotecas, que considerava serem os párias que não tem lugar em mais lugar nenhum. As bibliotecas eram assim verdadeiros depósitos de livros que ninguém lê e de pessoas que ninguém quer.
Atingido, assim, por um fogo mais denso do que o que houve sobre Bagdade durante a I Guerra do Golfo, fiz questão em demonstrar que estava errado.
No final de um almoço onde tive que puxar dos meus mais rebuscados conhecimentos, recebi duas palmadinhas nas costas com um: olhe que é uma excepção.
Não acreditei e continuei a trabalhar como sempre, até que hoje, tive que me deparar com a dura realidade:
Entra a nova funcionária, transferida directamente da carreira de calceteiro, com o CM na mão (como sempre e já duvidando eu que leia a coluna do Francisco José Viegas) a queixar-se de tremendas dores, pois tinha tido um fim de semana penoso. "Nem sequer fui a Setúbal, vejam lá."
É então que chega a "tarefeira" : - Nem imaginam. Estou com obras em casa e estou de rastos. Dói-me tudo."
A terceira alma que povoou a minha manhã suspirou fundo, levou as mãos às costas e pôs um ar de prazenteira solidariedade.
Escusado será dizer que os níveis de produção de trabalho destas 3 senhoras (não é nenhuma crítica de cariz sexual) não equivaleram a uma ida minha à casa de banho. E como estive a beber chá enquanto tentava desbravar insondáveis caminhos da nossa mais tradicional e popular literatura, fui duas vezes.
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