Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Por tutatis
Todos os anos dedico parte do meu dia 31 a ver quantos livros li.
Sei que soa a algo paranóico, mas sou um fã incodicional de rever a minha agenda e reviver momentos belíssimos (nem todos, confesso) de um ano que se extingue, deixando para trás tantas horas de prazer.
Acreditem que é uma boa maneira de reviver locais e experiências distintas. Um ano de vida numa agenda com datas de aniversários (alguns), com marcações de estórias e turmas (imensas) e os títulos e autores devorados. Impressionante. As minhas agendas ganham sempre um cheiro meio característico de quem se encontra encerrado dentro de uma mala que precisa urgentemente de reforma (descobri há pouco que o buraco está maior) e também isso me faz viajar (pese embora a minha notória falta de olfacto).
Seja como for, foram 91 os livros lidos, devorados quase sempre com uma vontade de saber o que se seguirá e sempre com a penosa sensação de saber que não irei conseguir ler tudo o que queria.
Mas revendo mentalmente os títulos, acho que até nem foi um ano nada mau.
Bom ano de 2010 a quem ainda leia este blogue!

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Fim de ano pictórico



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5 para qualquer coisa que há-de vir
Apesar de uma certa histeria em meios tendencialmente mais citadinos em torno do cinco para a meia noite, confesso que nunca senti particular atracção pelo mesmo.
Será do facto de estar a viver na província há coisa de 4 anos?
Seja como for, e seduzido pelo facto do convidado de ontem ter sido o Samuel Úria, resolvi ver.
As qualidades de entrevistador do Fernando Alvim são comparáveis às da Alexandra Lucas Coelho. Ele concentrou em si o centro da piada, cortando frequentemente a voz a um Samuel envergonhado e extremamente bem educado.
Já em relação à Nereida (sim, essa mesma) as piadas roçaram entre o brejeiro e o idiota, jogando com alguns trocadilhos que não resultam, evidentemente, em espanhol, deixando a rapariga muitas vezes perdida.
Já o nível de espanhol e esforço do Alvim demonstram que por vezes mais vale ficarmos quietos ou, neste caso muito específico, calados.
Ah, e (especialmente para o Luís Filipe Borges, de quem leio assiduamente as crónicas) escondam um pouco o rebarbadismo. Não fica particularmente bem na televisão.

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terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Há dias em que se acorda com estas coisas na cabeça



Ou então é só um leve sentimento de que 2009 está mesmo a acabar

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Paris Review
Depois de ter restaurado parcialmente a minha fé na literatura através da leitura deliciada das entrevistas da Paris Review recentemente publicada pela Tinta da China, eis que me deparo com duas linhas claras de entrevistas a escritores neste país:
um seguidor absoluto e provavelmente o melhor intérprete dessa escola neste país à beira-chuva plantado que é o organizador da colectânea, Carlos Vaz Marques, de quem sou fã absoluto sentindo sempre uma leve pinga de inveja a cada entrevista que faz e por outro lado, a Alexandra Lucas Coelho que, tendo consciência da existência destas entrevistas e reconhecendo a sua mediocridade, resolve dar toques de brilhantismo intelectual e demonstrar que está acima do entrevistado.
Pena haver pessoas como o Lobo Antunes que demonstra claramente que está acima de qualquer outro ser humano nascido em Portugal (exceptuando o Pulido Valente) ou o Chico Buarque que demonstra que o facto de ter uma vista fabulosa sobre a baía do Rio e ser um dos mais chgarmosos intelectuais brasileiros consegue ser simples e puro, distribuindo chapadas de luva branca como quem distribui chocolates no Natal.
Seja como for, espero fazer uma crítica mais acérrima dentro de dois dias neste mesmo espaço.
Boas festas e até já!

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O senhor que se segue
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Para ecoar no jornal local
2010.
Eis que vejo diante de mim mais um ano a começar. Como todos os anos, espero sempre que à meia noite algo de mágico aconteça, que as pessoas que estão à minha volta ganhem uma cor especial, que os sofás se tornem mais confortáveis, que o camarão se refresque a tal ponto que o julgue acabado de pescar nas mais profundas águas de Moçambique, que o Benfica finalmente se afirme como a melhor equipa mundial (quizá europeia), que o Mantorras recupere o joelho e a titularidade na selecção angolana, que consiga ler os volumes todos do Em Busca do Tempo Perdido numa só noite, que os impostos baixem, que o Lobo Antunes deixe de escrever (pelo menos publicar já é um dado garantido), que o Benfica se sagre campeão nacional, que goleie o Porto no Dragão, que o Rui Costa volte a jogar, que contratem o Maldini, o Robinho ou o Weah, que o Berlusconi perca mais dois ou três dentes, que consiga correr mais do que 300 metros sem parar e julgar que vou morrer de ataque cardíaco, que não sinta frio nos pés enquanto escrevo as crónicas para o Ecos, que nenhum peixe aranha me morda, que me sinta um Romário do futebol de praia, que o Ronaldo seja mais humilde, que o Carlos Queiroz deixe crescer o bigode, que o Eça publique algo de fabuloso lá onde estiver, que não me esqueça de pagar o seguro do carro, que ainda tenha carro para poder pagar o seguro, que sinta que ainda há portas que podem ser abertas, que o Benfica seja campeão nos juniores, juvenis e iniciados ( A e B), que o meu consumo de chá seja igual ou superior ao deste ano, que continue a saber os segredos do caril caseiro, que continue a gostar de andar a pé, que proves novos vinhos do Douro, Dão e Alentejo, que continue a sentir o fresco saudável que enregela os ossos das noites de Inverno, que guarde na memória de muitos e bons abraços (sobretudo aquando de golos do Benfica), que o universo de estórias de que me alimento cresça um pouco mais, que continue a sorrir mesmo contra-vontade, que o Novo Acordo Ortográfico não seja implementado, que não me venham falar de paraísos terrestres, que as baratas continuem a coexistir em agradável sintonia com as plantações de regadio, que continue a haver pampilhos, celestes e arrepiados, que o Saramago consiga garantir mais uma polémica, que o Benfica seja campeão (já disse isto?) e que, mas sobretudo, que para o ano cá estejam todos os que ousaram ler estas palavras.

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Onde estarei presente?
Não consigo deixar de esboçar um sorriso meio maldoso face à publicidade "Natal em Família" da Presença. Há livros para a mãe, o pai, os avós (uma pessoa perde identidade sexual com o avançar da idade), os mais pequenos e para toda a família. Então e eu? Onde me encaixo?
Ou não lerei nada da Presença neste Natal ( o que até é algo vagamente provável)ou terei mesmo que me render aos inúmeros encantos do Kindle e das entrevistas da Paris Review, recentemente editadas pela Tinta da China.

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domingo, 20 de dezembro de 2009
Curtas
- O André revela a verdadeira causa do sismo

- Uma das minhas grandes dúvidas da actualidade de forma singela e divertida

- Sobre o bom do Pulido Valente

- E o Natal aí à porta

- E que tal uma década de ilustres desconhecidos?

- Há coisas tão simples

- Dura vida de livreiro

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De Castro Marim



Há coisas tão tremendamente fáceis que me chegam a fazer confusão, confesso.
Quinta-feira passada, em Castro Marim, tive a oportunidade de poder estar presente num encontro de Palavras e Música da EB 2/3.
Desde a forma simplesmente amigável como fui recebido até ao (re)conhecimento de redes de trabalho capazes de fazer inveja a muitos dos apregoadores da cooperação entre bibliotecas, foi uma noite verdadeiramente excelente que agora criou em Grândola um ponto mais extremo de um Al(l)garve que deve, cada vez mais, ser um exemplo a seguir.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Isto do contar
Há alturas em que não sei claramente como responder.
Quando me apontam um gravador como quem pede dinheiro e me começam a disparar perguntas sobre quem sou, o que faço, que interessante, fale-me dos sítios onde esteve, o que acha dessa coisa do contar em Portugal, há muito tempo que o faz, posso-lhe tirar uma fotografia, não se encolha...
Pois já estava encolhido.
À maior parte das perguntas limitei-me a sorrir, pois sei que isso não fica registado no gravador.
Agradeci.
Recebi agradecimento de volta com a leve ameaça de: "depois vou-lhe tirar umas fotinhos".
Sim, claro. Esteja mais ou menos à vontade.
Depois de ontem me ter deliciado com o Eternal Sunshine of the Spotless Mind, confesso que fiquei com ideias.
Ah pois fiquei.
Já agora, hoje à noite, 21h30, no Espaço Sou, para mais contos.

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Não leiam Bolaño pela manhã
Há coisas verdadeiramente estranhas e assustadoras.
O facto de saber o Roberto Bolaño morto e ter-me comunicado esta frase: " El subprocurador parecía muy viernes casi llegando a sábado" enquanto deambulava de forma sonâmbula em busca de um redentor e salvador café (na falta de chás de qualidade nas pastelarias da vila ), foi, no mínimo, assustador.
Senti um arrepio (terá sido do frio que se faz sentir?) e entrei a cambalear (quem me manda andar em jejum?) numa pastelaria onde se discutia o tenebroso terramoto de ontem.
Imaginassem aquelas senhoras o que estava a sentir e não hesitariam em declarar catástrofe de nível internacional. Um abalo de 9 ponto qualquer coisa na escla de Richter.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Verquê??

Será que o Vermeer tinha realmente noção do que estava a fazer?



Possivelmente não.

A outra questão que queria levantar era se ele terá efectivado algum tipo de relação com a menina que ostentava o tal brinco. Creio ser uma dúvida pertinente, já que a senhora do filme terá despertado isso em metade da população masculina de Vila Nova da Babeca.
Seja como for, não consigo deixar de destacar a versão do senhor Junakovic que se revelou verdadeiramente empenhado em explicar História da Arte ao seu rebento, tendo sido autor de um livro verdadeiramente fabuloso e apaixonante.
Descubram-no!

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Professorado
Há alturas em que deixo de parte aquele sentimento de raiva face à classe docente tal como foi instigado pela antiga ministra da educação e apiedo-me de uns professores que me narraram os seguintes episódios, que transcreverei da mais pura e inocente das formas:

Inglês:
Questão:
Who is Alice Slater?
Resposta de tal modo brilhante a que peço algum cuidado na forma como a lêem:
Yes. Alice is Slater.

Vá, diga lá qual é a preposição a usar: In, At or On
OR

Gaiata entra a cantar Tony Carreira:
- Menina, que coisa tão dantesca.
- É dantosco, profe.

Há mais umas que só com uma brilhante interpretação pessoal do sotaque alentejano é que são passíveis de tenebrosas risadas que tantas vezes impedem que a maioria dos professores se suicidem e que ajuda a fazer selecção natural de que só passará a ir para o ensino público os que não conseguirem entrar em instituições privadas.

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sábado, 12 de dezembro de 2009
Quinto Império futebolístico
Não consigo deixar de pensar que o Benfica se está a tornar cada vez mais no verdadeiro embaixador do nosso Quinto Império.
Depois de termos contratado um timoneiro que tantos trocadilhos dá a toda uma nação, nada como entrar mais profundamente no mundo espiritual de forma a que sejamos campeões em grande estilo.
Dê por onde der, podem contar com a minha força espiritual na contratação do jovem Alan Kardec

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Literas...
Não consigo deixar de ficar espantado com o facto de Caetano Veloso ter feito uma referência indirecta a Byron na entrevista de hoje na Y e a Alexandra Lucas Coelho não tenha reparado e feito uma longa dissertação sobre o quão bem ela leu Byron e a sua importância em Portugal e como foi espancado à porta do Dona Maria, etc, etc...
Como português e assíduo leitor da Y, sinto-me no dever moral de exortar todos os meus compatriotas a escreverem uma leve reclamação sobre esta tremenda falha.
Afinal, estamos a falar de alguém que quase ousou enfrentar o Lobo Antunes de frente

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Coisas que acontecem de manhã
Confesso que não deixa de ser impressionante como a maior parte das estórias africanas que conheço se adequam tão bem aos Direitos Humanos.
Não fosse hoje o dia desses mesmos direitos, e acho que seria obrigado a enviar uma pequena compilação dos mesmos para o sr. Mugabe, para o sr. Kadafi, para o sr. Santos, etc, etc...

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Preces matinais
Despertar com a sensação de que o Padre António Vieira era genial não é algo novo em mim.
Mas acordar com o devir de o provar a um grupo de um curso profissional que há muito se desinteressaram pela escola, já é algo completamente diferente.
Pois neste dia chuvoso só espero conseguir sentir um pouco da chama divina e aquecer aquelas almas e converter futuros agricultores em cultivadores da flama vitae do PAV.

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domingo, 6 de dezembro de 2009
Esperança no futuro?
Por muito refilão que me esteja a tornar, há pequenas coisas que me vão dando alento e até (imagine-se!) alguma fé no futuro.
O blogue e trabalho da Ângela que terá os seus 16 anos é disso reflexo.
Vejam, deliciem-se e deixem alguns simpáticos comentários:
http://wwwangelaolivetree.blogspot.com/

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sábado, 5 de dezembro de 2009
Digitalizações e afins
Não vejo melhor actividade para um preguiçoso sábado de manhã do que resolver limpar um armário repleto de cds e sentir-me viajar pelos últimos 10 anos da minha vida ao som de músicas que julgava já terem desaparecido por completo...
Ufff, que coisa. Espero, em breve, conseguir pô-las todas dentro do disco externo e remetê-las para novo olvido ou então, recuperá-las de vez.
Quando se sentirem com vontade de reviver ou ter questões existenciais, não leiam Sartre nem revejam os Jogos Sem Fronteiras.
Vão reouvir os cds que vos esperam em silêncio trancados num qualquer armário

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Razão de tanta ausência
A Biblioteca de Grândola resolveu abrir uma página no Facebook.
De forma mais ou menos oficiosa, mas decidiu.
Procurem. Ousem descobrir!
Já agora, confesso que o Kindle tem despertado maior tempo de leitura na minha pessoa.
Novidade? Pura loucura? Chamar-lhe-ia mais Roberto Bolaño.
Mas sobre isso espero algo mais dentro em breve.
Ah, e vão procurar a página da Biblioteca de Grândola no Facebook (será que já escrevi isto?)

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Em dias como hoje, só há uma bandeira na minha mente

E não tem nada a ver com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa ou o encerramento da Cibeira Ibero-Americana onde nem se ouviu falar de Chávez.

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Hihera.com