Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
domingo, 30 de setembro de 2007
Recusa final
E foi desta feita que, pela segunda vez este ano (não me lembrando, contudo, de qual foi a primeira) desisti de um livro.
Tendo plena consciência de que isso é um direito que me assiste enquanto leitor (tal como o senhor Pennac o definiu), resolvi atirar para o lado A Recusa do Kertész e começar o Pnin do Nabokv, após insistente proposta do Vítor.
Dentro de momentos apresentarei as razões desta desistência.

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Despertar
Acordar, espreitar pela janela e deparar-me com uma chuva nervosa lá fora.
Perante este cenário, tomo uma decisão séria na minha vida e decido-me a tomar um valente pequeno-almoço, o que é algo que já não faço para aí desde que comecei com este blogue (há coisa de 3 anos)

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quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Curtas
- Impressionante como se consegue expressar uma coisa tão complexa de uma forma tão simples e bonita

-Mais uma série de boas recomendações e alguns ignotos álbuns que anbseio descobrir

- A não perder, sobre esse delicado tema que é o fim da amizade

- É sempre bom saber

- Soberbo, como sempre, sobre um dos temas que mais me revolta: o Zimbabué e o libertador Robert Mugabe

- O caso do Santana numa boa montagem, ou numa perpsectiva ou noutra

- Proposta interessante da Harpers

- Vai mais uma cervejinha?

- Prevejo uma polémica por causa disto. Isto o investimento nos mais jovens é uma coisa fenomenal!

- Ai a democracia!

- E a minha primeira angústia bloguística

- Regresso saudado

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Mudança radical no rumo da minha vida
Depois do jogo do Sporting com o Guimarães de ontem, aminha vida ganhou um novo significado.
Não foi propriamente pelo jogo, mas sim pelas declarações finais de Paulo Bento, que afirmou ser preciso trabalho para se ter sorte.
Aliás, repetiu esta ideia por duas vezes como quem mostra o seu novo brinquedo.
A brincar, a brincar a minha vida levou uma verdadeira volta de 360º e tenho agora a clara consciência de que trabalho para ter sorte.

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Livro da Semana

Tem tudo para ser um livro de referência.

E percebo porque é que Bioy Casares era amigo de Borges.

Embora reconheça a genialidade de ambos, há ali qualquer coisa que me afasta da sua escrita (serão recalcamentos do departamento de estudos franceses da FCSH e em especial das aulas de Teoria da Literatura??).

Não consigo explicar.

O meu mundo psicológico é um pouco como o do próprio Morel: obscuro, inexplorado e com um desejo de controlo do que me rodeia quase em absoluto.

Se quiserem, leiam.

Se não, também não me preocupo particularmente com isso.

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quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Uma desilusão e uma agradável surpresa
O último álbum da Maria Rita revelou-se um pouco desilusão para mim uma vez que aquilo que me tinha fascinado nos outros, desapareceu neste: a maneira elitista como abordava a música popular brasileira.
Em Samba Meu ela dedica-se à exploração de sambas, modinhas e não sei que mais num registo muito mais populucho sempre com a sua fantástica voz.
Foi pena.
Já o Manu Chao, de quem há muito não espero nada de novo e surpreendente, lançou mais um álbum extremaente agradável, com algumas boas inovações, mantendo aquilo que o distinguiu.
Manu Chao: mais livre do que nunca.

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Voltarei eu a recusar?
Depois de uma primeira recusa ao fim de 18 páginas, regresso à Recusa do Kertesz de quem tanto gostei do Sem Destino (repare-se como só pus em itálico o livro de que gostei. A isto se chama de discriminação positiva).
A ver se consigo não o recusar.

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terça-feira, 25 de setembro de 2007
Bloom!
A não perder: esta entrevista no seguimento desta crónica.

Excerto:
"Odeio Harry Potter. É bruxaria barata reduzida a aventura. É prejudicial ao leitor. Não tem densidade. A escrita é horrível."

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Citações?
Quando um livro está cheio de frases que só apetece citar, concentro-me e não cito nenhuma.
Depois do silêncio mais ou menos sedutor do épico George Steiner, achei um outro ensaio de Michel Crépu que é assim um pouco redundante.
Como sou feliz a reduzir grandes ensaios a pequenos dogmas estimáticos!!!

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Iogurtinho
Ao chegar a casa depois de mais um dia de trabalho, debruço-me sobre o frigorífico e escolho um Sveltesse Saciante que em tudo parecia ir de encontro aos meus mais íntimos desejos de ficar saciado.
Bebi.
Ao pousar o iogurte na mesa, deparo com umas letras pequenas que desde logo me chamam à atenção. Dirigindo o meu olhar para elas, decifro: "Ajuda a sentir-se satisfeita."
Terei eu bebido um iogurte exclusivo para elementos do sexo feminino?
Receio por mim nestes próximos dias.

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E em 1930 isto foi ouTorgado
Olho este corpo morto aqui deitado
E sinto impulsos de beijá-lo e ter
Toda a força de beijá-lo
Com sugestões de prazer...
Que bruta sinceridade!
Que humildade!
Que vaidade!
Que mentira!
Que verdade!
Todo nu!
Eu pressenti-o
Dando desejo e fastio...
Não é de mulher, não é;
Nem d´homem; nem d´animal
Irracional:
É d´Anjo predestinado
Que foi sacrificado
Para dar a noção exacta da renúncia!...
Ai! Dos corpos metidos em sarcófagos!...
Ai! De quem morre vestido!...
Nesta luxúria da Morgue
Há todo o satanismo
Que nos foi prometido
No Final...
São os gestos parados;
Os olhos vidrados;
Os ouvidos tapados;
Os sexos castrados
E, por cima de tudo, o silêncio das bocas!
Quero
Amar este sol da terra
Que mostra o calor do céu...
Anda aqui toda a loucura
Da razão que não morreu
Nos sonhos dessa Lonjura
Que nos fez, que nos perdeu...

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Regresso em grande
Depois de três dias de boa comida e verdadeiras revelações (ajudai-me Senhor que sou por vezes tão brutalmente ignorante) a nível da literatura infantil e um verdadeiro orgasmo intelectual (através da conferência com Daniel Pennac, da qual ainda hei-de um dia ganhar coragem e aqui publicar uma impune fotografia), este blogue regressa a uma actividade precária, capaz de seduzir dois escaravelhos a meio da digestão.

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Afirmações matinais
"Deus existe e o seu nome é Aristófanes" - Heinrich Heine

Lamento, caro amigo leitor de origem germânica, mas discordo da sua afirmação.
Para mim Deus encontra-se algures entre Kafka e Philip Roth.

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quinta-feira, 20 de setembro de 2007
PS.
Há cartas bonitas e esta até é uma séria candidata a esse lote.
Quase sinto uma lágrima a escapar pelo canto do olho esquerdo.
Será doença?

Thu, 20th Sep 2007
The following open letter to Chelsea fans from Chelsea Football Club was exclusively revealed on Chelsea TV tonight.


The Chelsea FC plc board and everyone at the club has appreciated your patience and understanding during what has been a difficult time.

It is only right that we explain the reasons behind José Mourinho leaving Chelsea and also recognise the immense contribution he has made to the club and to English football.

Early this morning we announced that Chelsea and José Mourinho had agreed to part company by mutual consent. The key phrase here is that there was mutual agreement. José did not resign and he was not sacked.

What is clear, though, is we had all reached a point where the relationship between the club and José had broken down. This was despite genuine attempts over several months by all parties to resolve certain differences.

The reason the decision has been taken is that we believed the breakdown started to impact on the performance of the team and recent results supported this view. We did not want this to continue or affect the club further.

Chelsea's long-term football objectives and ambitions remain unchanged and the appointment of Avram Grant and Steve Clarke is aimed at continuing to achieve those goals.

We also must pay tribute to the great job José did for Chelsea. He has been the most successful manager the club has known and he rightly deserves that place in our history. José has been instrumental in putting Chelsea where it is today, among the leading clubs in European and world football.

He will always be welcome at Stamford Bridge, whether as the guest of Chelsea or as the manager of another club, and he will be given the reception and respect his position in our history deserves.


Chelsea Football Club

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Andarilhando por Beja
Peço desculpa a todos os leitores deste blogue, mas andarilho por aqui.



Até já.

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quarta-feira, 19 de setembro de 2007
O senhor que se segue...
Há uma série de coisas desinteressantes que poderia postar aqui e agora neste preciso momento.
Limito-me a anunciar o senhor que se segue:

Confesso que fui buscar o livro à biblioteca já fora de horas, beneficiando do facto de ser um trabalhador desgovernado que deixa o telemóvel junto aos sítios mais estranhos (sim, ali entre o Tolstoi e o Troyak).
Se bem que seja verdade que esperava um livro cheio de requisições, pois este blogue não se limita só a ser bom, deparei-me com apenas uma requisição em 2003.
Por isso anuncio: Grândola não conhece Morel.
Eu também não.
Ainda.

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Justiça futebolística
Depois do jogo contra a Sérvia, em que eles empataram num golo totalmente ilegal mas completamente merecido, ontem foi a vez do SLB ser castigado pelo Divina providência do futebol:
Quando o resultado estava 1-0 e com um claro domínio do Milan (que se limitou a jogar um futebol sufocantemente dominante e ofensivo) o Cardozo cabeceia para uma baliza deserta, acertando no poste, pensei: %&$§#@"\*¨+
Mas afinal escreve Deus direito por linhas tortas.

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terça-feira, 18 de setembro de 2007
Fussball
Depois de alguns meses sem pisar um ringue de futebol, ontem lá regressei a um ringue situado a coisa de dois minutos de onde moro.
Ao chegar lá, empunhando orgulhosamente a minha camisola do Marselha (Droit au but!) de 2005, cumprimentei os meus colegas de equipa enquanto media a força dos opositores.
Não sei se metáforas como a de nós sermos uns lobos ao pé dos all blacks resultam, mas foi o que senti.
Depois de heroicamente (e contra todas as expectativas) termos vencido o primeiro jogo por um pálido e sofrido 1-0, seguiu-se um conjunto de derrotas (apenas duas nos jogos que nos foram concedidos jogar no complexo sistema do roda bota fora de dez minutos /dois golos) dignas.
Mas o meu resultado pessoal foi diferente: um punhado de boas defesas no primeiro jogo (a demonstrar que os tempos de andebolista me serviram de alguma coisa), cerca de três litros de suor perdidos, um joelho à Mantorras, cinco remates enfezados e inofensivos e uma dor muscular que começa algures no peito do pé esquerdo e acaba no pescoço.
A sorte foi que ao chegar a casa lá tinha a minha taça de campeão, tal como foi relatada no post anterior.

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E finalmente a Ruiva

Ao fim de quase três anos depois da minha primeira experiência com a belga Leffe, demosntrando que sou um verdadeiro poliglota no que a cervejas respeita, experimentei finalmente a ruiva, também conhecida como Radieuse.
Foi então que decidi entrar um pouco mais fundo na comunidade e descobrir que ainda me faltam duas mais para ser um verdadeiro membro.
Mas perseverança costuma ser um dos meus nomes do meio e prometo não desistir.
Seja como for, acho que é de um pouco disto que preciso hoje em dia.
Leffe entrou de forma quase definitiva no meu roteiro do futuro.

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segunda-feira, 17 de setembro de 2007
3ª Idade
Tirada num centro comunitário de um Alentejo mais ou menos litoral, onde a maior parte das pessoas apenas viram o mar depois de reformadas.

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Regresso às aulas
E o tempo hoje engalanou-se para receber os não sei quantos milhares de alunos com expectativas diferentes para o ano lectivo.
Quanto a mim, sinto o desejo de regressar ao mundo académico no papel de estudante.
Mas só depois de ter lido o Cânone Ocidental, o que deve acontecer lá para o ano que vem.

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Diane Arbus
Depois de me terem questionado se tinha visto a Família Superstar ontem, respondi com um sorriso que depois dos primeiros trinta segundos, centrei a minha atenção num filme sobre outro tipo de estrelas.

Uma tal de Nicole Kidman a fazer de Diane Arbus.
O olhar de desprezo que recebi por não ser um gajo que "cobre" as boas produções nacionais e prefere ver vezes sem fim o olhar da Nicole Kidman, assemelhava-se mais ou menos ao seguinte:
Afinal, vivemos num mundo de aberrações.

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Shakespeare
Ao fim de vinte páginas de extremada argumentação, Harold Bloom está quase a convencer-me de que devo gostar da obra de Shakespeare.
Contudo, esta argumentação foi um pouco desnecessária pois não há dia de nevoeiro que não acorde e não me lembre da loucura de Lear ou com as questões de cariz mais ou menos existencial de Hamlet.
E isto corrobora na totalidade a teoria de Bloom de que S. era sobretudo humano.
Por vezes eu também sou. humano.

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A morte de uma referência
Morreu uma das minhas referências dos dias da adolescência até agora, morreu num acidente de helicópetro.

Por estas e por outras é que penso cada vez mais seriamente em nunca comprar um helicópetro. Pelo menos para já.

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sábado, 15 de setembro de 2007
Zé Mário Branco em Sines
Ontem tive a oportunidade (cada vez mais rara, acho eu) de assistir a um concerto do Zé Mário Branco em Sines.
Diria mesmo que mais que um concerto, foi um recital de poesia, como eu talvez gostasse de fazer.
Embora a sua auto-crítica ou objectivos políticos sejam demasiado claros nos interlúdios, a verdade é que ele conseguiu criar um ambiente intimista num auditório do Centro de Artes praticamente cheio.
Confesso que ao fim de uma série de arrepios, as lágrimas lá acabaram por cair depois da Queixa das Jovens Almas Censuradas, onde o poema da Natália Correia se torna mais poema. E isso vale muito mais do que muitas palavras.

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sexta-feira, 14 de setembro de 2007
O senhor que se segue
Glórias passadas
Vou hoje dar início a um novo tipo de crónica neste blogue, intitulada justamente como grandes jogadores do passado recente, o que vem sublinhar o meu prazer inesgotável pelo saudosismo inútil de coisas que nunca irão voltar.


O primeiro que escolhi era carteiro antes de se tornar futebolista.


Por alguma inexplicável razão, nunca consegui perceber porque é que nunca voltou à sua primária carreira.

Ao fim de 41 jogos pelo Glorioso marcou 6 golos, o que para um avançado é um registo ... inédito. Curioso é o facto de a sua chegada ao futebol nacional ter coincidido com a entrada no mercado das batatas fritas Pringle, o que facilmente deu azo a piadas e trocadilhos fáceis.

Esforçado e com quase dois metros, Martin Pringle terminou a carreira de futebolista em plena agonia depois de Dave Challinor lhe ter partido a perna em 2002, altura em que jogava pelo Grimsby Town.

Claro está que todos estes atributos fizeram com que tivese sido convocado para a selecção sueca por duas vezes, tendo conseguido marcar um golo, o que supera em muito a marca que alcançou em qualquer outro clube. O patriotismo é uma coisa fantástica, não é?

Hoje em dia, tomou uma posição de força no contexto do futebol mundial e treina uma equipa feminina.

A sua presença em campo era verdadeiramente única e por isso mesmo foi o primeiro convidado desta tribuna.

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Pequeno-almoço
Para começar o dia da melhor forma, nada como um daqueles álbuns a que apenas consigo associar a noite e que está cheio de boas músicas como esta:


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Guerra
O passeio despreocupado que tenho feito até aqui na leitura dos momentos de aqui do Ondjaki foi hoje quebrado por um conto que acaba assim: "Aquelas árvores, para sempre cinzentas, eram o símbolo das marcas que uma guerra deixa, de todas as profundas feridas que uma guerra vai deixando. Marcas, feridas, às vezes cicatrizes, que não estando visíveis, não deixam mais de estar connosco."
Por alguma razão, acho que este conto deveria ter um qualquer aviso ao início como: "Não leia isto ao pequeno-almoço, a criancinhas ao deitar ou depois de ter revisto o Scolari a tentar esmurrar o Dragutinovic pela 15ª vez"

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Livro da semana

Peço imensa desculpa a todos os transeuntes que por este blogue passam, mas o caso Scolari ocupam de tal forma a minha pequena e limitada capacidade cognitiva, que me esqueci de escrever o já tradicional artigo sobre o livro da semana.
Mas, como diria a enorme sabedoria popular (que ainda agora me faz crer que em dias como o de hoje irei ver D. Sebastião a regressar): mais vale tarde do que nunca.
Pois aqui estou eu, pronto a cumprir a minha falhada parte de um acordo imaginário.
O Mestre de Petersburgo (que merece sem dúvida ter direito ao itálico) do sul-africano/australiano Coetzee não só me fascinou da mesma maneira que Desgraça me fascinou, como ainda conseguiu mexer no fundo da minha psique.
Ao escolher Dostoievski como personagem principal e o fascinante e perverso sistema burocrático russo de fins do século XIX, Coetzee desenvolve um livro fenomenal, quase parecendo que durante uns tempos encarnou o genial autor russo.
Nobelizado em 2003, Coetzee tem tudo para ser um dos meus escritores do momento.
Contudo, compromissos mais ou menos profissionais obrigam-me a seguir caminhos ligeiramente diferentes neste futuro próximo.
Mas não me escapas rapazote.

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quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Curtas
- Excelente artigo sobre a modernidade/ pós-modenridade/hipermodernidade. Verdadeiramente a não perder

- Sobre a lusa prestação no jogo de ontem. Aqui, aqui , aqui, aqui, aqui, mais esta curiosidade

- Cada vez mais contente de ter readicionado este blogue.

- E o Dalai Lama vem cá enem todos acham muita piada.

- Chateia-me ler nos blogues excertos verdadeiramente deliciosos de livros que desespero por ler.

- A questão da China : eu propunha uma Chinatown em Miraflores

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quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Isto anda assim
"Em nome da justiça social, estamos a destruir todos os padrões intelectuais e estéticos nas humanidades e nas ciências sociais. As nossas instituições de ensino revelam uma grande má fé a este respeito..."
Quando o senhor Harold Bloom o escreve, eu não duvido e acato.

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Alterações mais ou menos estruturais
O lado direito do meu blogue anda um pouco como a direita nacional: constante remodulação até atingir um qualquer estado de perfeição. Ou então aparente bem estar.
A saber: retirada de um blogger irregular (seja lá isso o que for), a entrada de uma mão cheia de novos (para mim) e o corte de Van Gogh por vez de um mais dinâmico Miró mais ou menos perceptível.
Só para se saber.

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Apesar da derrota de ontem face a uma Grécia que parece ter guardado todos os triplos para o jogo contra Portugal (aqueles gajos é só bloqueios inteligentes e coisas que me chateiam profundamente), mantive aminha fé no desporto nacional e decidi-me a ver o jogo dos sub-21 enquanto saboreava uma intensa Krombacher.

Foi pena, confesso, que a Kormbacher apenas me tenha durado 45m, uma vez que a segunda parte também teria desfilado agradavelmente sob a germânica espuma.
Contudo, queria deixar uma nota de especial destaque para Rui Caçador que mais uma vez consegue converter um grupo caótico saído de uma má prestação internacional, numa equipa que discorre um futebol agradável de se ver.
Pese embora o comentador tenha referido que Pelé fez "trabalho subterrâneo".

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Os Lobos
A prestação dos Lobos portugueses fez, afinal, mais furor do que estava à espera:
Veja-se o artigo do New Zealand Herald, inevitavelmente via Origem das Espécies, cada vez mais um blogue de referência.

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terça-feira, 11 de setembro de 2007
E por falar em emoção
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
O que se segue
Help!
De tempos a tempos o senhor Dostoievski entra-me pela vida dentro sem pedir permissão e devasta-me por completo.
Depois do Crime e Castigo naquelas edições baratas da Penguin Clasics (2,14€) e de O Jogador (das igualmente baratas edições Europa-América, desta feita com a chancela de uma biblioteca), segue-se o romance de Coetzee onde ele me aparece como personagem principal.
O quê? Mas nem sequer leste os manos Karamazov!!!- dirão vocês.
Pois não, respondo. Nem sequer o pretendo fazer nos próximos tempos. Pelo menos enquanto a minha disponibilidade emocional estiver repartida entre um programa de promoção da leitura e a limpeza do chão da cozinha.
A maneira como ele me perturba é inimaginável pelo mais comum dos mortais.
A todos os atentos leitores destas palavras, peço com licença que vou ali resolver os meus problemas internos e já volto!!

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Emoção
A nossa selecção de Rugby estreou-se ontem no Mundial com uma derrota face à poderosíssima Escócia.
10-56, ouvi dizer.
Se é verdade que os rapazes merecem uma nota de destaque por serem todos amadores e estarem entre os melhores do mundo, a minha verdadeira nota de destaque vai para o facto de os ver chorar enquanto cantavam o hino nacional como quem está prestes a ser fuzilado e ama de verdade a pátria.

Já agora, quando é que joga a selecção de futebol?

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domingo, 9 de setembro de 2007
Enfim
Não sei o que me impressione mais: a forma como a selecção ontem cedeu um empate caseiro ou como o casal McCann (ou como raio é que se chamam) deixou o nosso país num impune voo de low cost.
Por essas e por outras é que cada vez dou mais valor à forma como o sr. Ventura grelha o peixe na praia de Melides.

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sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Dia C
Já agora, voltei a escrever aqui sobre a minha banda do momento.
Podem ler, mas oiçam. Sobretudo isso.

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O senhor que se segue...
Terminada que está a minha leitura do senhor Woody Allen e satisfeito que estou com a vitória dos sub-21 (por razões que ultrapassam as minhas capacidades cognitivas, prefiro não fazer qualquer comentário sobre os mais velhinhos), não sei se hei-de temporizar (expressão que delicosamente tenho vindo a ouvir na boca dos nossos amados comentadores futebolísticos) e apenas ler o cânone, ou continuar uma leitura ontem iniciada de forma tímida ao cair do dia.
Depois de lançar uma moeda de vinte cêntimos ao ar, calhou que há mais um senhor que se segue (senhor, sim, uma vez que Harold Bloom é assim uma espécie de deidade na terra).
Ei-lo:

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E Eu?
E eu? O que é que tenho que fazer para escrever um livro com sucesso relativo?
OU só publicar um livro?

Escritor é condenado por morte descrita em romance

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Coisas que não interessam para nada
Para quem se interesse por este tipo de coisas (como é o meu caso), destaco a semana dos Beats no Guardian.
Mas seja como for, gostaria apenas de vos questionar se já alguma vez repararam em como há tanto homem calvo no topo, grisalho nas laterais, óculos à lá 80's e a falar alemão?
É um desafio que vos lanço.
Muito seriamente.

Sim, bem sei, dir-me-ão vocês, os fantásticos intertextuais semióticos, que isso surge proposto na Crónica do Pássaro de Corda do Murakami. Mas eu finjo que não sei.

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Quotation
"Em breve Stubbs e Doxy Nash tinham um caso secreto, embora ela rapidamente tenha descoberto. O seu marido cangalheiro, Wilbur, gostava de Stubbs, eofereceu-se para o sepultar gratuitamente, desde que nesse mesmo dia"

Contributos para a Pura Anarquia de Woody Allen, algures para a página 129

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Garantias
Chegar asexta feira eestar tão cansado quanto estava na segunda.

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quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Dilemas

Os ingleses adoptaram há coisa de uns anos para cá, as unidades de álcool que cada bebida tem e o que cada pessoa responsável deve tomar por dia.
A que apresento tem três unidades e um homem responsável deverá tomar quatro unidades por dia.
Para além deste pormenor de cariz quase frívolo ou sem objectivo pré-definido, apresso-me a dizer que é uma cidra excelente, um pouco mais ácida do que a nossa decider, mas com um pouco menos de gás, quase fazendo lembrar o sabor das cidras de vinho.
Eu gostei.
Já gostava, aliás.

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Citação
"os novos comissários passam a vida a dizer-nos que a leitura de livros bons é mau para ocarácter - o que se calhar até é verdade. Ler os melhores dos melhores autoresnão fará de nós melhores cidadãos."
Harold Bloom, enquanto leio Woody Allen.

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Sou um gajo pop
O Pavarotti (grande mentor da POPularização da música erudita desde que me lembro de tentar fazer a barba) faleceu aos 71 anos e muitas mulheres depois, ao passo que a selecção de basquetebol cometeu a proeza de passar para a segunda fase do Europeu ao derrotar a Letónia num jogo épico.
Indiferente a isto tudo leio Woody Allen enquanto oiço os Bootlegs dos Pearl Jam.

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Livro da Semana


Depois de me ter verdadeiramente deleitado com O Pequeno Livro do Grande Terramoto (que de certa forma não mudou em nada a minha vida), não resisti à tentação de comprar O Arquitecto.

Depois de uma tentativa falhada em plena FNAC Chiado de o adquirir para a causa pública, fi-lo para mim na Bertrand do Fórum Algarve, entre veraneantes em busca de guias que proclamassem Allgarve e crianças deixadas à sorte dos livros para se ocuparem enquanto so pais vagueiam por ali emitindo frases bonitas como: Já escolheste? Vamos lá, despacha-te!

Como acontece com aqueles livros que não mudam a nossa vida, mas de que não conseguimos deixar de gostar, devorei-o e não descansei enquanto não o terminei.

Para um leigo em arquitectura como eu, deu-me a descobrir mais uns nomes incontornáveis nomes da arquitectura de século XX.

A verdade é que mais uma vez o poder narrativo de Rui Tavares me surpreendeu e seduziu de maneira a que aconselho a todos os parcos leitores deste blogue que o leiam. JÁ!!, de preferência.

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quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Quanto vale o Woody Allen?
Na Ipsilon de há umas semanas (repare-se como nem sequer sei precisar quando) davam três à Pura Anarquia, que agora leio com prazer, intercalando os contos com o cânone ocidental do Bloom.
Pura Anarquia é Woody Allen. Puro. Ele mesmo, igual a si próprio.
E hoje em dia isso apenas vale três estrelas.
Pelo menos de acordo com a Ípsilon.

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E que tal uma musiquinha?
Depois de me terem perguntado se era Ivete Sangalo ou Daniela Mercury que eu estava a ouvir, respondi com um esgar de desprezo que era Ben Harper.
E a fantástica Vanessa da Mata, claro está.

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Drama existencial
Eis que ao fim de muito tempo decidi tomar uma decisão polémica dentro do meu ser: vou começar a ler dois livros ao mesmo tempo.
Bem sei que isto parece de uma vulgaridade e frivolidade a toda a prova, mas a verdade é que só eu sei como isto pode desencadear uma série de dramas interiores de cariz existencial (sobretudo matinais e sabe Deus como são as minhas manhãs...).
Mas não resisti a tentar descobrir o Cânone Ocidental do senhor que só se segue mais ou menos:
Mr. Harold Bloom!!

A todos os que vierem a sofrer as represálias desta decisão, aqui fica o meu pedido de desculpas.

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terça-feira, 4 de setembro de 2007
Piada algarvia
- Já te inscreveste no Chinicato?
- Odiáxere!

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Coisas
Há fascínios que não consigo explicar:
a escrita de Mia Couto fascina-me. Parece-me poesia. Boa poesia. As palavras parece que são impressas sobre água, absolutamente impressionante. Coisa única e rara.
Contudo, não me consigo sentir minimamente atraído pelo que escreve.

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Estado de espírito em manhã meio de nevoeiro
Como por vezes sinto um pouco como este poema do Jorge Sousa Braga, nem sequer hesito em deixá-lo aqui, pronto a ser debulhado por quem o quiser fazer:

Portugal
Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse
oitocentos
Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os infiéis ao norte de
África
só porque não podia combater a doença que lhe atacava os órgãos genitais
e nunca mais voltasse
Quase chego a pensar que é tudo uma mentira
que o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney
e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente
Portugal
Não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino nacional
(que os meus egrégios avós me perdoem)
Ontem estive a jogar póker com o velho do Restelo
Anda na consulta externa do Júlio de Matos
Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar
àparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera um futuro de
rosas
Portugal
Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver se contraía a febre do
Império
mas a única coisa que consegui apanhar foi um resfriado
Virei a Torre do Tombo do avesso sem lograr uma pérola que fosse
das rosas que Gil Eanes trouxe do Bojador
Portugal
Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém
Sabes
Estou loucamente apaixonado por ti
Pergunto a mim mesmo
Como me pude apaixonar por um velho decrépito e idiota como tu
mas que tem o coração doce ainda mais doce que os pastéis de Tentugal
e o corpo cheio de pontos negros para poder espremer à minha vontade
Portugal estás a ouvir-me?
Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete Salazar estava no poder nada
de ressentimentos
um dia bebi vinagre nada de ressentimentos
Portugal
Sabes de que cor são os meus olhos?
São castanhos como os da minha mãe
Portugal
gostava de te beijar muito apaixonadamente
na boca


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segunda-feira, 3 de setembro de 2007
O senhor que se segue...


Depois do meu desaire adolescente com Vinte e Zinco vou tentar algo um pouco mais abensonhado.

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Curtas
- Regressos bastante ansiados: Voz do Deserto; The Visitor (depois de uma ausência um pouco mais longa do que seria desejável) ; Diário ; a Pitucha;

- Gosto cada vez mais disto

- Estou contente por não ter vivido a morte de Eduardo Prado Coelho na blogoesfera, embora ainda disso se encontrem resquícios por aí.

- Estranho, pelo menos.

- Título sugestivo e post ainda melhor

- E mais maradona

- Mudança de casa

- 25 leis a não esquecer

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Aviso à navegação
Depois de ter terminado a silly season com dois recitais, o consumo desmesurado da segunda época do Prison Break (estou apenas a dois dvds do final) e do prazer inegável de ler Rui Tavares, capaz de me despertar da apatia a que me prostrei durante uma semana de puro ócio por terras algarvias, a ler jornais, comer bolinhas e a deixar de beber café, aqui estou de novo, mas não como novo.
Que bom é regressar!

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Regresso
Depois de uma semana de vacaciones e dois recitais desgastantes, este blogue ameaça seriamente regressar à actividade.

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