Big Breasted Blonde Amateurs
«Cada ratinha tem o seu mistério e desvendar uma não quer dizer que percebemos o mistério total», Puchkine, Diário Secreto
terça-feira, 31 de março de 2009
Desporto?
Depois daforma valente como Frederico Gil se bateu hoje contra Rafael Nadal e a minha escrita atabalhoada sobre os "podres" do nosso desporto no tempo da outra senhora (vitórias insuspeitas do Benfica, a não transferência do Eusébio, o doping do Joaquim Agostinho), confesso que já só meapetece uma fresquinha acompanhada de caracóis.
Ah, e Toni Morrison.


PS- Ouvi dizer que alguns portugueses (emigrantes na Suiça???) reunir-se-ão hoje na Suiça para defrontar a África do Sul. Se não vai Maomé à montanha, nada como encontrarem-se em território marcadamente neutro mas já sem sigilio bancário.

Etiquetas:

segunda-feira, 30 de março de 2009
As senhoras que se seguem
Dívida
De há uns tempos para cá, passo o espaço que me separa de casa ao trabalho (750m??) a pensar em como estou a perder tempo no caminho.
Claro está que me continuarei a recusar em pegar no carro para percorrer tão ridícula distância (ao contrário da minha vizinha de cima, que para percorrer uma distância ligeiramente mais curta que a minha, nem sequer hesita). Por isso, continuarei a "perder" tempo.
Iniciarei, portanto, um negócio danado com quem quer que me queira vender um pouco do seu tempo.
Em troca, entregarei uma alma doente e um iogurte de cereja griotte da yoplait, com o aviso de que um tal de Fausto se vendeu por muito menos.

Etiquetas:

Bom dia
Há maneiras e maneiras de se começar o dia.
Face a um telefonema a pedir algum trabalho extra (é segunda de manhã, por amor de Deus!!!), contrapuseram-me a oferta de um livro.
Como poderei eu não sorrir, sabendo que foi oferta e que, de certa maneira, fui eu que o escolhi?
Bom dia!, digo eu.

Etiquetas:

sábado, 28 de março de 2009
Tens?
Numa turma de 12º disse esta semana que o Saramago era uma verdadeira excepção na literatura portuguesa que saiu do neo-realismo, não por ter ganho o Nobel, mas porque não era oriundo de famílias ricas e não teve uma educação privilegiada.
O prefácio de Miguel Graça Moura em Livros de Mais apenas vem confirmar uma evidência que tenho vindo a amadurecer.

Etiquetas:

sexta-feira, 27 de março de 2009
Nikias

Se bem que às sextas me sinta uma pesoa particularmente pictórica, nem sempre o resolvo partilhar com o resto do mundo.
Numa altura em que lá fora está um sol esplendoroso, fazendo-me acreditar que viver no Alentejo é coisa boa, resovi apresentar um quadro a representar um interior. Confesso que tenho mesmo uma paixão pela colecção de quartos do português Nikias Skapinakis (nome tão naturalmente português quanto Ariza Makukula. A diferença é que um anda há 40 anos a pintar e a enriquecer a cultura portuguesa e o outro marcou um golo para aí ao Azerbeijão num jogo complicadíssimo).
Por muito que possa parecer estranho, dão-me eles uma sensação de sair de casa, aproveitar o sol, as primeiras esplanadas e o ressurgir da vida, que aqui se revela sobre o intenso cheiro a flor de laranjeira e ao chilrear de pássaros por tudo o que é sítio ( parecem adolescentes. Fazem e depois nunca mais se calam...)

Etiquetas:

quinta-feira, 26 de março de 2009
Livro da Semana
Depois de ter sido proclamado aos sete ventos como a grande revelação do Correntes D'Escritas deste ano, e no seguimento da minha descoberta/fascínio da literatura brasileira, João Paulo Cuenca tinha tudo para ser a minha nova descoberta.

E foi.

Em certa medida, apenas.

Se calhar criei demasiadas expectativas, mas o meu ler deliciado não fez com que fosse capaz de recomendar o livro a alguém que pura e simplesmente leia por prazer e não por doença, como é o meu triste caso.

Que dizer então do livro?

Que será o relato da vida dos novos beats brasileiros, yuppies (ou filhos deles) que encontraram na escrita uma forma clara de expor os seus hábitos, tão distintos dos do mais comum dos mortais.

O termo undergound está cada vez mais associado às classes mais altas (belo contrasenso, ou não) e assim se afirma enquanto uma cultura de elites.

Felizmente que em Portugal ainda temos uma larga mediania (não interpretem isto como algo meramente depreciativo, mas revelador de uma sociedade minimamente equilibrada - por quanto tempo?) e estas coisas ainda saiem a público e é possível eu ler tal autor na profunda província onde vivo.



7/10

Etiquetas:

Poesia pela manhã a fazer lembrar longas tardes

¡Si me llamaras, sí;
si me llamaras!
Lo dejaría todo,
todo lo tiraría:
los precios, los catálogos,
el azul del océano en los mapas,
los días y sus noches,
los telegramas viejos
y un amor.
Tú, que no eres mi amor,
¡si me llamaras!
Y aún espero tu voz:
telescopios abajo,
desde la estrella,
por espejos, por túneles,
por los años bisiestos
puede venir. No sé por dónde.
Desde el prodigio, siempre.
Porque si tú me llamas
«¡si me llamaras, sí, si me llamaras!»
será desde un milagro,
incógnito, sin verlo.
Nunca desde los labios que te beso,
nunca
desde la voz que dice: «No te vayas».

Pedro Salinas

Etiquetas:

quarta-feira, 25 de março de 2009
Ufff, já lá vão 20 anos
Trabalhar com adolescentes faz-me pensar imenso.
Primeiro, que já tive a idade deles e que me lembro precisamente de como era um ser verdadeiramente intolerável (ainda o sou, embora prefira adoptar intratável como uma simpática actualização conceptual).
Segundo, que os modos e posturas parecem ter regredido. Hoje acabei por lhes dizer que o problema geracional era esperarem que os pais lhes pagassem todos os caprichos.
Uns sorriram, outros ficaram claramente ofendidos.
Mas quando tive que ver um a desfalecer e a espalhar um agradável vómito enquanto eu recitava de forma entusiasta Pedro Salinas (ou seria Blas Otero?), não pude deixar de sorrir triunfantemente e um certo gozo invadiu-me o olhar.
Chamem-me o que quiserem , mas o Ten dos Pearl Jam já está a cumprir 20 anos.

Etiquetas:

domingo, 22 de março de 2009
Turcos e mais turcos
Pois numa cidade que alberga o dobro da população portuguesa, queriam que eu falasse de quê?
Brasileiros? O único brasileiro que estou a ver em Istambul é mesmo o Mehmet Aurélio, que ainda por cima agora até já joga em Espanha.
Mas que dizer deles?
Para além do tremendo sentido comerciante, onde uma pessoa mal pode andar na rua sem ouvir um "Where you from? My friend, Espanya, Italia, turkishhhhh, you're turkishhh" seguido de intensos gestos para vermos o conteúdo integral das lojas, eles até são bem simpáticos.
Coisas como: You're a good man, I have a big heart and I like you, this tea is offer of the house são mais comuns do que eu dizer Bom dia no caminho que me separa de casa à biblioteca.
Simpáticos, afáveis, nada racistões (bela expressão apreendida algures há umas duas semanas), fazendo-nos quase sentir em casa graças à desorganização das ruas e o caos do trânsito (mas para aí está guardado mais um post de fazer chorar Camões e inveja a Fernão Mendes Pinto).

Claro está que isto faz impressão, mas queria agora destacar o simpático ar destes senhores que me pediram sentidamente para fotografar o melhor cortador de kebab de toda Istambul (são tão ou mais humildes que o Cristiano Ronaldo) e um velhote que se dispôs a que eu o fotografasse, assim proporcionando o meu actual fundo de écrã no trabalho.

Por falar nisso, creio que tenho mesmo que lhes enviar as fotos tal como prometido, pois o papel com o mail de um deles ainda anda por aqui na minha carteira a acusar-me de algo que ainda não fiz.

Etiquetas:

Campeões Sportinguistas
Depois de brilhantes atletas nas mais diversas competições que sempre granjearam medalhas para este nosso país e que viram em Obikwelu o seu mais recente fenómeno, o Sporting continua a apostar forte:
em breve teremos em Portugal um campeão mundial no lançamento da medalha.
Creio que finalmente se descobriu para que serve o Pedro Silva

Etiquetas:

sábado, 21 de março de 2009
O senhor que se segue...
21 de Março
Que bonito, que bontio.
Hoje começa a primavera e é dia mundial da poesia.
Por isso mesmo é que neste blogue não se falará nem numa nem doutra.
Afinal, tenho mais ou menos o resto do ano/temporada para o fazer.
Grato pela compreensão.

Etiquetas:

sexta-feira, 20 de março de 2009
Quase fim de semana
Depois do google finalmente ter reconhecido o meu esforço de manter um calendário com o ano de 2008 onde pontificavam ilustrações infantis até ao dia 20 de Março, deixo um pequeno exemplo de Eric Carle como se um convite lançasse à sua descoberta:

Etiquetas:

quinta-feira, 19 de março de 2009
Livro da Semana

Uma das bandeiras apregoadas por Rogério Casanova consiste na sua falta de vida social.

A crer nas suas constantes referências a autores que verdadeiramente desconheço, acredito piamente nessa falta de vida social, embora já tenha visto uma fotografia dele num jantar. Contudo, não revelarei onde.

Mas isto tudo para dizer que serviu ele para ser eu abordado por uma simpática rapariga no aeroporto de Munique, intrigada sobre que estaria eu a ler, pois não conseguia parar de rir. Sozinho, esclareça-se.

Claro está que o indicador de rir sozinho já é, per si, suficiente para garantir alguma qualidade.

Mas isso já se sabia desde o blogue.

Mas, pergutará o leitor, se já lia o blogue, porque fui eu comprar um livro com crónicas dele retiradas?

Para me poder rir sozinho em espaços públicos e porque há coisas que não são demais ler e reler ehá sempre um certo prazer no tocar e manejar do objecto livro.
E porque é bom. Não consigo dar a volta. Aquilo é realmente bom português com um delicioso toque anglo-saxónico.
Leiam. O blogue e o livro. Mas não digam nada a ninguém.
9/10

Etiquetas:

quarta-feira, 18 de março de 2009
O senhor que se segue...
Comerciantes, os turcos?
Não foram precisas muitas horas em Istambul para tomar contacto com a mais pura essência do ser turco que é o negócio.
Por todo o lado fui abordado com a fatídica pergunta de "Where you from?", seguindo-se uma enumeração de países latinos, eslavos e latino-americanos nunca chegando a referir o nosso Tugalito.
Para os poucos felizardos que chegaram a saber de onde era (a resposta mais comum foi mesmo um "guess" desinteressado como quem os convida a irem ver se já choveu Riade), o nome de Cristiano Ronaldo veio sempre ao de cima.
Perante o meu olhar de desprezo, logo passava à parte da boa negociação, o que para mim é um prazer apenas comparável ao de pontapear pedrinhas soltas na calçada portugesa tentando acertar nos espelhos dos carros estacionados em cima do passeio. Mas a oferta deles deixou-me fascinado, com especial destaque para o bazar das especiarias onde me vi obrigado a trazer um sem número de condimentos que não lembram ao menino jesus, mas que prometem apimentar um pouco mais a minha vida e de todos os corajosos que em minha casa ousarem jantar nos próximos tempos.

Claro está que não pude deixar de trazer um tapete por pouco menos de metade do preço original depois de ter feito o choradinho de que era jovem e que Portugal era um país miserável. Perante o meu ar de refugiado vietnamita brilhantemente representado durante 40 minutos, o senhor lá cedeu e deixou-me levar um tapete todo ele muito étnico (sim, já vi cerca de dois episódios do Querido Mudei a Casa) para casa.

Mas por muito que o meu corpo tenha circulado, deambulado, arrastado, empurrado e pontapeado entre o Grande Bazar e o das Especiarias, gostei particularmente deste outro que aqui vos ofereço e que fica assim ao lado da grandiosa mesquita azul (a tal do chulézinho).
Antes mesmo de me despedir deste post, queria deixar a nota de que muitos comerciantes portugueses teriam que aprender com a simpatia e a arte de bem servir dos turcos, pois quando me vi em plena loja de calças de contrafacção (ou "original from Turkey" como me elucidou o comerciante sobre um par de Levi's) a beber chá como forma de celebração de um negócio, pensei na simpatia com que conseguimos ser tratados em tão boa loja por esse país fora.

Etiquetas:

terça-feira, 17 de março de 2009
E começa
Tal como prometido, aqui começo a deixar as fotografias que marcaram estes meus últimos dias.
Ao chegar ao hotel, não consegui deixar de esconder o meu entusiasmo perante esta vista que aqui vos apresentei e que acabou por me acompanhar durante os pequenos-almoços durante a semana toda.
Claro está que como bom tuga que não estava minimamente habituado a estes exotismos, delirei com a paisagem pontuada por minaretes nas redondezas (aliás, este primeiro é de uma pequena mesquita e ao fundo é mesmo o Hagia Sofia, já para não falar dos imensos que se vêem a perder de vista e para todos os lados).
Mas esse fascínio logo desapareceu ao me ver acossado (não encontro melhor palavra, confesso) por cantares matinais a rondar as 6 da manhã a chamar para as orações.
Se durante o dia até que confere um ambiente impressionante e kitsch à cidade, acreditem que às 6 da manhã nem por isso.
Embora tenha alimentado uma secreta esperança de que alguém se apiedasse da minha pessoa e me deixasse, por apenas um dia, dormir como um ser humano normal e que paga os seus impostos, esse meu desejo não se concretizou.
A jeito de despedida, deixo-vos a mais imponente mesquita local: a fabulosa mesquita azul com três amiguinhos de bigode que insistiram para figurar em grande plano na fotografia.

Etiquetas:

De vuelta y vuelta
Depois de uma semana verdadeiramente louca numa cidade com "apenas" 20 milhões de habitantes, eis que regresso ao pacífico Alentejo onde as pessoas não me convidam a entrar nas lojas nem perguntam de onde sou.
Estas e outras piadas irão ser explicadas neste mesmo blogue, sempre acompanhadas por fotografias que não deixarão ninguém indiferente (ou assim espero eu).
Até já!

Etiquetas:

terça-feira, 10 de março de 2009
Até já

Este blogue regressará à actividade no próximo dia 17!

Etiquetas:

segunda-feira, 9 de março de 2009
O senhor que se segue...
domingo, 8 de março de 2009
Feira do Chocolate - Programa Festivo
Não consigo esconder o imenso pavor que me assaltou ao calcorrear as medievas ruas de Óbidos cheias de pessoas e crianças que não se inibiam de emitir comentários e gritinhos excitados por haver tão magnífica oferta de chocalate dentro de muralhas.
De forma a conseguir fugir a um fluxo de pessoas apenas comparável com o da 2ª circular em hora de ponta, fugi para uma rua secundária de forma a garantir a minha sanidade mental.
Foi então que me deparei com o cartaz de um (aparentemente) simpático restaurante que informava todos os que quisessem ser informados que haveria chocos com chocolate.
Respirei fundo e passei novo olhar sobre o cartaz em questão. Sempre me lembro de ver os chocos associados a coisas tão triviais quanto: com tinta ou sem tinta. Agora, chocolate?
Confesso que senti um leve revolver das minhas entranhas e fugi desaforidamente dali para fora de forma a manter um pouco de integridade e não partir aquele cartaz à biqueirada (como se tivesse andado a ouvir Ramones incessantemente). Quase aposto que me levariam preso, mas ao brilhante autor de chocos com chocolate é que ninguém lança a mão.
Assim vai este país...

Etiquetas:

sexta-feira, 6 de março de 2009
A descobrir
Aos senhores da ocasião e da guerra

A vós, que me despejastes
nesta loucura sem telhas
e neste chão de desastres,
acaso devo ajoelhar-me
e bendizer as cadeias ?

E ser aquele que acata
as ordens e ser aquele,
apaziguado e cordado,
preso às aranhas e às teias.

Levando o sim em uma das mãos
e o não noutra, rastejante
aos senhores da ocasião
e da guerra. Ser no chão,
o inseto e sua caverna ?

Corrente serei
no recuo das águas.
Resina aos frutos do exílio.
Espúrio entre as bodas.
Resíduo.

Até poder elevar-me
com a força de outras asas,
para os meus próprios lugares.

A vós, que me despejastes
nesta loucura sem telhas
e neste chão de desastres,
com a resistência das penas,
aceitarei o combate.

Carlos Nejar

Etiquetas:

Olha o que o Roberto fez!

Confesso que sinto um certo fascínio em descobrir que escritores cantam ou tocam (o Boris Vian, por exemplo), ou que cantores pintam.
Se na entrevista da Patti Smith é dado um considerável destaque à sua produção plástica, já descobrir que o senhor Robert Zimmerman (será personagem secundária de um livro do Roth?) pinta, foi uma agradável surpresa.
Nunca se é tarde para aprender...

Etiquetas:

Patti Smith hoje na Ipsilon
Quer chova ou não, ou apenas se mantenha este vento desgraçado que me impele a ficar em casa, vão já comprar o Público e leiam a fabulosa entrevista de Kathleen Gomes a Patti Smith.
Aproveito para confessar que às vezes sinto uma certa inveja de outras pessoas...

Etiquetas:

quinta-feira, 5 de março de 2009
Poesia
Num acto plenamente tresloucado resolvi ir ler boa poesia portuguesa a miúdos de 7º ano, sabendo de antemão que só cerca de metade é que demonstra um mínimo de interesse pelo que leio ou pela forma pouco ortodoxa como os explico.
Claro está que me questiono de forma mais ou menos intensa sobre a minha escolha, sobre os meus métodos, sobre a existência humana em geral e o caso Mourinho em particular, mas confesso que quando há miúdos (cachopos, gaiatos, o que lhes quiserem chamar) que vêm ter comigo no final e me fazem perguntas minimamente inteligentes, que sorriem e demonstram genuíno interesse em possuir aquelas páginas que me habitam as mãos durante 45m, sinto uma vontade louca de sorrir e gritar de alegria, pois afinal ainda há esperança por entre Al Berto; Mário Henrique-Leiria;Cesariny; Pessoa e seus sucedâneos...

Etiquetas:

Livro da Semana

Que chatice!

Regressam os livros infantis a ocupar este espaço, mas isto de ter uma profissão ligada a estas coisas faz-me sentir uma imensa vontade em partilhar com o resto da humanidade que aqui vem parar por mero acaso este meu crescente fascínio.

Mas poupo-vos ao imeritório esforço de ler sermões sem noção absolutamente nenhuma de ritmo e outras coisas importantes para a construção do mesmo.

A coisa que mais dói no mundo é a feliz adaptação de Paco Liván de um fabuloso conto africano originário da Costa do Marfim e que cumpre praticamente todos os cânones da literatura tradicional africana.

Desde a forma como é discutido um dos grandes temas do existencialismo e a forma cruel como a lebre defende a sua teoria não nos deixa de espantar e de nos incomodar (como quase toda a realidade africana, de resto).
As ilustrações são do fabuloso Roger Olmos que desde o Tio Lobo tem um cantinho no meu mundo de admirações só para ele . Gosto particularmente do facto de ele ir buscar acabra da Cabra Tonta e pô-la no meio deste livro. Pormenores, dirão.
Mas são pormenores como este que fazem com que o meu fascínio não cesse e recomende a sua leitura atenta a maiores de 18.
Sim, leram bem: maiores de 18.
8/10

Etiquetas:

quarta-feira, 4 de março de 2009
Justificação
De forma a que se possa perceber um pouco mais aquele meu fascínio anterior, sinto que tenho que apresentar algumas provas mais ou menos concretas, não vá o caro leitor julgar que esta súbita loucura se deveu ao facto de a referida autora ter sido capa da playboy há uns anitos.
Se assim ficasse louco com todas as coelhinhas que conquistaram a capa da playboy, estaria agora saudavelmente internado numa qualquer instituição de saúde mental deste nosso belo Portugal ou até mesmo de Marrocos (Alcácer Quibir, de preferência).
Pois bem.
Entrego-me ao julgamento cruel do leitor atento que não perderá pitada dos seus contos (aqui há mais, é verdade) ou das suas crónicas.
Leiam e depois digam se não tenham razão.

Etiquetas:

terça-feira, 3 de março de 2009
Biblioteca de Grândola
Acho que já a podem procurar no Twitter e quase me arrisco a dizer que é ela a primeira a nível nacional.
Sim, sim, não consigo esconder um certo orgulho nisso.

Etiquetas:

segunda-feira, 2 de março de 2009
Telefone
Pode ser apenas impressão minha, mas nas alturas em que luto tremendamente contra um tempo que me foge esguiamente dos dedos, há sempre ilhas contrastantes (ou será que sou apenas eu que sou uma ilha??).
Depois de uma breve ausência do meu habitual posto de trabalho para discutir o futuro de uma exposição que ainda não existe, eis que regresso com uma tenebrosa lista mental de tudo o que tenho que fazer.
Ao chegar, ainda meio baforido de ter subido as escadas a correr, deparo-me com uma dança alegre de Kizomba entre dois colegas que, ao acabar apruptamente perante o meu não escondido ar de puro espanto, se seguiu um profundo suspiro de lamento.
Temi o pior, confesso, mas o leitor será soberano na decisão do adjectivo para qualificar o meu destino.
Relatava eu que ouvi um suspiro profundo, após o qual se seguiu uma descrição pormenorizada de como os vizinhos de determinada senhora tinham galinhas e de como não limpavam o estrume das mesmas, tornando-se assim impossível abrir as janelas.
Como resposta sincera apresentei o meu sorriso mais revelador de não interesse na questão levantada.
"Porque aquilo eu não falo com aquelas pessoas, pois são umas badalhocas e têm três filhos"
Vindo isto de uma senhora que passa dias inteiros a apregoar de como é activa na sua missão evangelizadora das crianças alentejanas e de como nos devemos amar em Cristo, soa-me, no mínimo, estranho/confuso/grrrnhag (riscar o que não interessa). Mas poderei apenas ser eu. Já agora, não consigo perceber o que é que ter três filhos tem a ver com se ser badalhoco (e isto mesmo tendo em conta uma visão estrictamente puritana do mundo).
Quando finalmente conquistei um lugar no sagrado silêncio, vi-a pegar no telefone que tenho aqui mesmo À minha frente e proceder a um sem número de chamadas onde relatou com mais pormenores do que a mim toda a situação, pedindo ajuda misericordiosa para a resolver.
No meu mais fundo, sei que há uma parte de mim que lhe agradece a piedade que teve em não me ter contado directamente os mais ínfimos pormenores da caca de galinha enquanto escrevo o relatório de uma actividade e leio mais alguns contos brasileiros durante as brancas do pc.
Obrigado Senhor pela Tua imensa bondade!

Etiquetas:

Fute...quê
Depois do "clássico" deste fim de semana apenas me questiono se os adeptos compraram bilhete para uma partida de futebol ou um espectáculo de pura violência.
Caso tenham optado pela segunda, com certeza que não deram os seus euros por mal empregues...

Etiquetas:

Hihera.com